Economia

Aldo Mendes confirma indício de cartel em spreads de câmbio

O diretor do Banco Central ressaltou que a ação dos operadores era uma tentativa de moldar o spread de câmbio e não a taxa


	O diretor Aldo Mendes: "Existem indícios muito fortes de operações em conluio", afirmou Mendes
 (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

O diretor Aldo Mendes: "Existem indícios muito fortes de operações em conluio", afirmou Mendes (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 14h25.

Brasília - O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, se pronunciou pela primeira vez sobre as investigações do BC e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica sobre um suposto cartel em manipulação de taxas de câmbio. 

"Existem indícios muito fortes de operações em conluio", afirmou Mendes, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, da qual participa também o presidente do BC, Alexandre Tombini.

O diretor do Banco Central ressaltou que a ação dos operadores era uma tentativa de moldar o spread de câmbio e não a taxa.

As investigações do BC em harmonia com o Cade e baseadas em documentos disponibilizados pelo Conselho, segundo ele, ocorrem porque a concorrência estava levando ao encurtamento do spread, e, então, esses operadores resolveram conversar e tabelar para impedir a compressão do spread.

"Há indícios de que houve tentativa de tabelamento para evitar compressão dos spreads", ressaltou. O diretor ponderou que não há bancos brasileiros envolvidos, mas sim operadores brasileiros.

Sobre uma manipulação da taxa de câmbio, Mendes afirmou que "a taxa de câmbio no Brasil é 100% feita dentro do País". Para Mendes, o grande mercado de real contra dólar ocorre aqui dentro e não há liquidez fora do Brasil.

Além das investigações que estão sendo realizadas pelo Banco Central e pelo Cade, há investigação em curso sobre práticas não competitivas no mercado de câmbio no exterior.

Baseando as investigações em documentos disponibilizados pelo Cade à autarquia, Mendes reiterou que "há coisas que não achamos e que provavelmente não acharemos no documento".

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