Economia

Alckmin defende inclusão de empresas menores na exportação e diz que acordo Mercosul-UE está próximo

Ministro afirmou que desenvolvimento da exportação depende do câmbio, da reforma tributária e neoindustrialização

Alckmin: vice-presidente também atua como ministro da Indústria, Comércio e Serviços (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

Alckmin: vice-presidente também atua como ministro da Indústria, Comércio e Serviços (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 4 de setembro de 2023 às 17h20.

Última atualização em 4 de setembro de 2023 às 17h21.

Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 4, que o governo tem um desafio de "exportar mais", além de incluir empresas menores e a agricultura familiar no mercado internacional.

"Precisamos agregar valor e diversificar mais, ter mais destinos", disse Alckmin, em evento de lançamento da Política Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), cujas diretrizes estão em decreto editado pelo governo em julho.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

Ao destacar a importância de acordos comerciais na pauta exportadora, o ministro afirmou que a celebração do acordo entre Mercosul e União Europeia está muito próxima.

"Está muito próximo de a gente conseguir celebrar acordo Mercosul-União Europeia. Isso pode nos abrir outras possibilidades", disse Alckmin, citando eventuais acordos com Canadá e Cingapura.

O ministro fez uma lista de pontos necessários para desenvolver a exportação do País, como o câmbio - classificado como atualmente "competitivo" -, a reforma tributária, a agenda de desburocratização, a neoindustrialização, o desenvolvimento da logística, e a pauta verde, como o mercado regulado de carbono.

"Por que a China avançou na América Latina? Com crédito, financiamento. Temos que ter fundo garantidor, o FGE, e crédito. O BNDES já financiou mais que o ano passado interior, para exportação, e não tem risco. Inadimplência no BNDES é de 0,03%", afirmou.

Acumulado da balança até agosto

Alckmin ainda destacou o resultado acumulado da balança comercial de janeiro a agosto, que teve saldo recorde, apesar da queda dos preços das commodities.

"Estamos indo bem. Estamos batendo recorde de saldo comercial com preço de commodity lá embaixo", disse o ministro.

Institucionalização da política de exportação

No evento, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, afirmou que a ideia do PNCE é de fazer com os benefícios do comércio exterior atinjam mais empresas e regiões do País, por meio da institucionalização de uma rede de apoio que já trabalha na pauta atualmente.

"É o aperfeiçoamento e definição de novos instrumentos de apoio, com a ideia de trabalhar com os Estados, na construção de planos que levem em conta as potencialidades locais. O Brasil é muito vasto, se não trabalharmos com os Estados, o esforço de mobilização em prol da exportação não será frutífero", disse Prazeres, que ressaltou estudo divulgado recentemente pela pasta segundo o qual apenas 1% das empresas brasileiras - cerca de 25 mil - exportam seus produtos. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Prazeres também destacou o resultado da balança comercial, que de janeiro a agosto teve saldo recorde, superando inclusive dados de anos fechados. O superávit foi de US$ 63,3 bilhões. "Nosso desafio agora é fazer com que oportunidades associadas ao comércio exterior atinjam mais empresas", disse.

Além do desafio de incluir mais empresas no mercado exportador, o governo aponta para a necessidade de manter as companhias nesse setor. Segundo o MDIC, a probabilidade média de uma empresa brasileira começar a exportar em até dez anos de sua abertura é de aproximadamente 1%. A chance é bem menor se considerado o início das atividades - de apenas 0,03% de vender a outros países logo no primeiro ano de atividade.

Já as firmas que conseguem entrar nesse mercado têm cerca de 65% de chance de sobreviver nessa área após o primeiro ano de exportação. "Em termos setoriais, as indústrias extrativas e de transformação se destacam apresentando probabilidades acima da média", ressaltou o MDIC.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminMercosul

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo