Economia

Alckmin diz que fim da jornada de trabalho 6x1 não é discutida no governo, mas é tendência mundial

Segundo o vice-presidente da República, essa discussão cabe à sociedade e ao Congresso Nacional, que pode aprovar uma lei sobre o tema

Geraldo Alckmin: segundo o vice-presidente, à medida em que a tecnologia avança, é possível fazer mais com menos pessoas, o que contribui para o fim da jornada 6x1 (Leandro Fonseca/Exame)

Geraldo Alckmin: segundo o vice-presidente, à medida em que a tecnologia avança, é possível fazer mais com menos pessoas, o que contribui para o fim da jornada 6x1 (Leandro Fonseca/Exame)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 12h47.

Última atualização em 12 de novembro de 2024 às 13h11.

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O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 12, que o fim da jornada de 6 dias trabalhados por um dia de descanso ainda não é discutido pelo governo, mas é "uma tendência no mundo inteiro".

Segundo ele, essa discussão cabe à sociedade e ao Congresso Nacional, que pode aprovar uma lei sobre o tema. As declarações foram feitas durante a participação na Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbeijão. 

"Isso não foi ainda discutido [o fim da jornada de tabalho 6x1], mas acho que é uma tendência no mundo inteiro. À medida em que a tecnologia avança, você pode fazer mais com menos pessoas, você ter uma jornada menor. Esse é um debate que cabe à sociedade e ao parlamento a sua discussão", disse.

Movimento Vida Além do Trabalho

O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que quer acabar com a escala 6X1 surgiu no Tik Tok no final do ano passado, trazendo muitos apoiadores, assim como muitos haters. O fim da jornada de trabalho de 6 dias trabalhados por um dia de descanso ganhou destaque neste domingo, 11 de novembro*, nas redes sociais. A extinção faz parte de uma PEC apresentada pela deputada Érica Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados.

A parlamentar tem se engajado nas redes sociais para pressionar os deputados a assinarem o requerimento de apoio à PEC, que precisa de 171 assinaturas para ser apresentada oficialmente. Érica já conseguiu metade. Segundo a deputada, a escala 6x1 é desumana. A proposta do movimento VAT recebeu o apoio da deputada para pressionar os parlamentares. O movimento já conseguiu a adesão de 1,3 milhão de assinaturas da petição online em defesa da proposta.

Como o Movimento VAT começou?

Nascido em Tocantins e morador do Rio de Janeiro há 10 anos, Rick aos 30 anos estava cansado da escala 6x1 que o trabalho de balconista de farmácia lhe proporcionava. Em paralelo, também conciliava os trabalhos de influencer no Tik Tok onde comentava as novidades do mundo pop - mas nenhuma live  repercutiu tanto quanto o vídeo que ele publicou no dia 13 de setembro de 2023.

“Era uma segunda-feira quando eu estava de folga e decidi gravar um vídeo. Era o único dia que eu tinha de descanso em uma semana. Era o único dia em que eu poderia marcar um médico, arrumar a casa ou ir à praia. Eu já estava inconformado com essa escala desumana de 6x1 em pleno período que vigora o CLT, quando a minha coordenadora me ligou e me estimulou ainda mais a desabafar.”

Na ligação a coordenadora pediu para Rick entrar mais cedo no dia seguinte - a mudança de horário encurtou o seu único dia de folga. “Costumava entrar às 14h30, ou seja, contava com o descanso da manhã seguinte, que me foi tirado também,” diz Rick.

O vídeo foi publicado no dia 13 de setembro na parte da manhã, enquanto Rick ia ao trabalho. Com o celular desligado durante o expediente, o balconista só se deu conta da repercussão que o seu vídeo tomou na internet quando ligou o celular e viu milhares de mensagens chegando. “Vi notificações por todo o lado. Muita gente repercutindo e dizendo que a escala 6x1 é um absurdo, inclusive muitos advogados.”

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