Garoto leva água de rio em garrafa na cidade de Nanyuki, no Quênia: OCDE afirma que ajuda de países ricos é insuficiente na luta contra a pobreza (.)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2010 às 10h22.
Paris - A Ajuda aos Países em Desenvolvimento (APD) dos membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou levemente em 2009, mas não o suficiente para que os países ricos honrem seus compromissos de luta contra a pobreza, anunciou nesta quarta-feira essa organização.
A APD de 23 países do Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE, que reúne os 30 países mais ricos do mundo, registrou um aumento de 0,7% em termos reais em relação a 2008, a 119,6 bilhões de dólares, ou seja, 0,31% de seu Produto Interno Bruto (PIB) acumulado.
O aumento alcançou 6,8% se forem excluídas as reduções da dívida, e 8,5% se não for levada em conta a ajuda, segundo o balanço da OCDE, que elogiou a atuação de seu secretário-geral, o mexicano Angel Gurría, apesar de pedir aos credores que aumentem a ajuda mesmo diante das atuais dificuldades orçamentárias.
"Ainda é necessário um grande esforço para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)", afirmou a OCDE em um comunicado. Os ODM foram fixados pelas Nações Unidas para reduzir a extrema pobreza antes de 2015.
Segundo a OCDE, apesar de uma alta animadora da APD na África, a cifra não será suficiente para respeitar os compromissos assumidos pelo G8 (grupo formado pela Rússia, Japão, Estados Unidos, Canadá, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália) em 2005.
Em 2009, os maiores países doadores foram os Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Japão, mas apenas cinco nações superaram o objetivo de 0,7% de seu PIB estipulado pela ONU e foram a Dinamarca, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suécia, segundo ainda a OCDE.
Vários países da OCDE aumentaram em termos reais suas colaborações com a ajuda ao desenvolvimento em relação a 2008, mas, por exemplo, no caso da França, está é de apenas 0,46% de seu PIB e, em 2010, será de 0,51%.
Outros países reduziram sua ajuda em relação a 2008, como Alemanha, Itália, Japão e Espanha (-1,2%).