Economia

AIE reduz previsões de demanda de petróleo para 2013 e 2014

Para 2013, a AIE prevê um crescimento de 895.000 barris por dia da demanda mundial de petróleo, a 90,8 milhões


	Petróleo: em relação a 2014, a AIE conta ainda com aceleração da demanda, que deve se situar em novo pico de 92 milhões de barris por dia, menor que antes
 (Yuriko Nakao/Bloomberg)

Petróleo: em relação a 2014, a AIE conta ainda com aceleração da demanda, que deve se situar em novo pico de 92 milhões de barris por dia, menor que antes (Yuriko Nakao/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 18h03.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu levemente, nesta sexta-feira, suas previsões de crescimento da demanda mundial de petróleo em 2013 e 2014, para refletir a revisão de queda das perspectivas econômicas do FMI.

Para 2013, a AIE prevê um crescimento de 895.000 barris por dia da demanda mundial de petróleo, a 90,8 milhões. A previsão anterior era de um aumento de 930.000 barris, detalhou em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo.

Em relação a 2014, a AIE conta ainda com uma aceleração da demanda, que deve se situar em um novo pico de 92 milhões de barris por dia, menor que antes. A Agência projeta o crescimento do consumo de petróleo em 1,1 milhão de barris (mbd) por dia em média, contra 1,2 mbd anterior.

A OPEP, que na sexta-feira também publicou seu relatório e revisou para cima suas previsões, prevê para 2013 uma demanda de 89,71 milhões de barris diários, depois dos 89,64 de um mês atrás. Para 2014, prevê 90,75 milhões, em vez dos 90,68 milhões previstos anteriormente.

A Agência informou que esta leve redução se deve à revisão para baixo das previsões de conjuntura do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentadas em julho. O FMI prevê agora um crescimento de 3,1% da economia mundial este ano, contra 3,3% indicado em abril, enquanto, para 2014 a previsão foi reduzida de 4% de abril a 3,8% atual.

Além disso, se a AIE elevou sua estimativa para o consumo de petróleo dos EUA a curto prazo, devido a sua recuperação econômica, rebaixou sua previsão da demanda japonesa para refletir a intenção do governo japonês de recorrer de novo à energia nuclear.


Globalmente essas mudanças não alteram as forças principais que atuam no mercado de petróleo, onde os países emergentes continuam aumentando seu consumo, frente aos países desenvolvidos, cuja demanda diminui há anos, pelo efeito combinado da crise e de políticas de redução do consumo de combustíveis fósseis.

"Os sinais parecem apontar a uma redução na divergente tendência entre a demanda da OCDE [que inclui os principais países desenvolvidos] e os países que não pertencente à OCDE", disse a agência com sede em Paris, que representa os interesses dos grandes consumidores de energia.

"Contudo, os países não pertencentes à OCDE continuam sendo o motor da demanda mundial de petróleo, enquanto o consumo dos países da OCDE continua diminuindo" e "espera-se que a demanda fora da OCDE supere à da OCDE no terceiro trimestre de 2013", destaca.

Em relação à produção, a AIE disse que, embora muitos observadores questionam o impacto na OPEP da produção norte-americana de petróleo não-convencional (petróleo de xisto e petróleo leve chamado "compacto", cuja extração também requer o uso de fratura hidráulica), em pleno desenvolvimento, o cartel petroleiro atualmente não se preocupa internamente.

"Neste momento, o principal desafio da OPEP [...] são as dificuldades", disse a AIE.

"A produção da OPEP no mês passado caiu 1,1 milhão de barris por dia durante o ano [até os 30,4 milhões de barris por dia], por razões que não têm nada a ver com o fornecimento norte-americano, mas sim com a situação interna de muitos de seus membros", em especial, da Líbia e do Iraque, aponta a Agência Internacional de Energia.

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