Soja é descarregada de um caminhão antes de ser embarcada em um navio para exportação para a China, no Porto de Santos (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 16h15.
São Paulo - A consultoria AgRural reduziu para 87 milhões de toneladas sua estimativa para a safra brasileira de soja 2013/14, ante 88,8 milhões estimados no final de janeiro, devido ao tempo seco e quente na primeira metade deste mês em muitas regiões produtoras.
Com exceção de Mato Grosso, Maranhão e Pará, houve redução de produtividade em todos os Estados, disse a empresa nesta segunda-feira.
A produtividade média do país, projetada no final de janeiro em 50,1 sacas por hectare, é calculada agora em 49,1 sacas, com a área de plantio mantida em 29,5 milhões de hectares.
No Paraná, por exemplo, a produtividade média foi reduzida em 2,8 sacas/hectare, para 51,7.
"Na região de Campo Mourão, no centro-oeste, as primeiras áreas renderam em média 58 sacas. As perdas devem ficar por conta da soja tardia, com 48 sacas", destacou a consultoria.
No Rio Grande do Sul, terceiro Estado produtor de soja, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná, "há áreas com perdas irreversíveis", disse a AgRural.
A produtividade média nas lavouras gaúchas foi reduzida em 1,2 saca/hectare, para 43 sacas.
A AgRural disse, no entanto, que "com a volta das chuvas e a queda nas temperaturas que já se observa neste final da primeira quinzena, não se descarta o aumento da produtividade em algumas áreas (do Brasil), devido à grande capacidade de recuperação da soja."
Colheita
Mato Grosso está com a colheita acelerada neste ano, alcançando 35 por cento da área plantada, disse a AgRural, contra 22 por cento da semana passada e 28 por cento um ano atrás.
"Resultado da aposta cada vez maior dos produtores em soja precoce e do clima favorável. O clima, aliás, ajudou bastante a soja precoce", disse a agência, em nota.
O Estado colhe "a melhor safra de sua história", e teve a estimativa de produtividade elevada em 0,6 saca/hectare, para 52,6 sacas.
Na média brasileira, a colheita atinge 21 por cento da área, contra 12 por cento na semana passada e 16 por cento um ano atrás.
Na avaliação de outra consultoria, a Clarivi, a colheita do centro-sul do Brasil (Sul, Sudeste, Centro-Oeste) está em 18,2 por cento, contra 10,5 por cento na semana passada e 14,9 por cento um ano atrás, segundo relatório divulgado também nesta segunda-feira.
O plantio da segunda safra de milho, que em Estados como o Paraná e os do Centro-Oeste é semeada logo após a colheita da soja, já alcança 30,6 por cento da área planejada, segundo a Clarivi.
Houve um avanço forte ante a semana passada, quando 13,7 por cento da área de milho "safrinha" estavam plantados, e também acima da média de um ano atrás, de 24,6 por cento da área, levando-se em conta os Estados do centro-sul do Brasil monitorados pela Clarivi.