Pelas previsões, em relação aos números deste ano, mais 9,3 milhões de toneladas de carnes serão produzidas no país em dez anos, com o total passando de 26,5 milhões de toneladas para 35,8 milhões de toneladas (Charly Triballeau/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 20h09.
Brasília – Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam perspectivas positivas para o agronegócio brasileiro nos próximos dez anos.
Além da ampliação das lavouras e do crescimento da produção de grãos, é destaque o aumento da produção de carnes – bovina, suína e aves.
Segundo o relatório Projeções do Agronegócio - Brasil 2012/23 a 2022/23, lançado hoje (27), o setor deverá crescer 35% no período. De acordo com o estudo, o responsável pela expansão será o crescimento do consumo, sobretudo interno.
Pelas previsões, em relação aos números deste ano, mais 9,3 milhões de toneladas de carnes serão produzidas no país em dez anos, com o total passando de 26,5 milhões de toneladas para 35,8 milhões de toneladas. Quanto ao consumo de carnes, o relatório projeta aumento de 3,6% ao ano, no período 2013-2023.
As carnes fazem parte de uma cesta mais diversificada, que começa a se formar com o aumento de renda das populações, tanto da população mundial quanto da população local, disse o coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques. "O produto está diretamente relacionado ao aumento da renda: se a renda aumenta, aumenta também o consumo de carne", explicou Gasques.
O relatório do Ministério da Agricultura estima papel importante do mercado interno no aumento da produção de carnes. Pelo estudo, 58,8% da produção de frango serão destinados ao consumo interno no período avaliado. Do total de carne bovina produzida, 75% irão para o mercado interno. Quanto à carne suína, 82,3% serão destinados ao consumo local.
No que diz respeito à exportação, as projeções indicam aumento de 13,7% a 59,5% para o frango, de 28,9% a 110,5% para a carne bovina e de 29,4% a 87,3% para suína. O relatório diz que os principais compradores deverão ser os Estados Unidos, seguidos de países africanos, da Rússia e do Japão.
O relatório vê possibilidade de crescimento nos demais setores do agronegócio: a produção de grãos deverá passar de 184,2 milhões de toneladas em 2012/13 para 222,3 milhões em 2023, com potencial de produção que pode chegar a 274,8 milhões de toneladas. Isso significa um acréscimo à oferta entre 20,7% e 49,2% na próxima década.
A área plantada de grãos deverá expandir-se entre 8,2% e 30,3%, passando de 53 milhões de hectares em 2013 para 57,3 milhões de hectares em 2023. De acordo com o relatório, no limite extremo, a área plantada iria para 69 milhões de hectares. Já a área total plantada com lavouras deverá passar de 67 milhões de hectares em 2013 para 75,5 milhões em 2023. A expansão está concentrada no crescimento da soja, 6,71 milhões de hectares, e de cana-de-açúcar, 2,2 milhões. O milho também deve ter expansão de área de por volta de 1 milhão de hectare.
Arroz, mandioca, trigo, feijão e café mantêm-se praticamente sem alteração ou perdem área.
"Queremos superar o que está aqui nas projeções", disse o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. Segundo ele, o aumento na produção se dá principalmente pelo aumento da produtividade, e não das áreas de cultivo. Isso significa que o produtor está preocupado com a sustentabilidade, o que, para o ministro, é positivo. "Aumentamos pela produtividade, e não pelas novas áreas, isso nos dá uma tranquilidade muito grande."