Economia

África do Sul planeja nacionalizar banco central

A medida acabaria com o status do banco central de ser uma das poucas autoridades monetária do mundo que ainda tem acionistas privados

África do Sul: a maioria dos bancos centrais do mundo é de propriedade do governo (Julian Finney/Getty Images)

África do Sul: a maioria dos bancos centrais do mundo é de propriedade do governo (Julian Finney/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2017 às 14h00.

Johannesburgo - O atual partido que está no poder na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) deseja nacionalizar o Banco da Reserva da África do Sul, segundo as principais autoridades do partido.

Essa medida acabaria com o status do banco central de ser uma das poucas autoridades monetária do mundo que ainda tem acionistas privados.

O anúncio do plano, que ainda precisa ser aprovado na conferência eletiva do ANC em dezembro, fez com que o rand caísse mais de 1% em relação ao dólar.

No último dia da conferência de política do ANC, Enoch Godongwana, funcionário de política econômica do partido, afirmou que o partido agora acredita que "uma instituição como o Banco da Reserva deve estar em mãos públicas".

Para ele, "há um acordo geral de que a anomalia do Banco da Reserva - que ainda é privado - é um problema".

A maioria dos bancos centrais do mundo é de propriedade do governo, mas a mudança de política planejada ocorre em meio a um debate mais amplo sobre o mandato e o papel do BC sul-africano na economia mais desenvolvida da África.

No mês passado, o governo exigiu uma mudança na Constituição do país ao desejar tirar do BC a política de estabilidade de preços para proteger "o bem estar socioeconômico dos cidadãos".

Atualmente, o Banco da Reserva da África do Sul tem mais de 600 acionistas, que detêm, no máximo, 10 mil das 2 milhões de ações do banco, de acordo com informações oficiais da instituição.

No entanto, os acionistas não têm influência sobre a política monetária do BC, que é definida por um comitê de seis membros.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulBancos

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto