Economia

Distribuição precisa de recurso federal, diz AES Eletropaulo

Segundo Britaldo Soares, setor ainda necessitará de recursos adicionais para fazer frente ao problema originado com a exposição das empresas


	Estação de distribuição de energia da AES Eletropaulo em São Paulo
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Estação de distribuição de energia da AES Eletropaulo em São Paulo (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 19h39.

São Paulo - O presidente da AES Eletropaulo, Britaldo Soares, acredita que o setor de distribuição ainda necessitará de recursos adicionais para fazer frente ao problema originado na exposição involuntária dessas empresas.

Sem projetar valores, o executivo lembrou que a situação é mais grave para as empresas cujos reajustes tarifários ainda não foram implementados em 2014.

"A Eletropaulo acabou de ter um reajuste, então a questão do consumo de energia já está melhor refletida. A defasagem hoje, se houver alguma, é bastante reduzida. Mas aquelas distribuidoras que ainda não tiveram reajuste, obviamente têm uma defasagem que precisa ser considerada", salientou o executivo.

O governo federal providenciou um socorro de R$ 11,2 bilhões às distribuidoras para compensar os problemas enfrentados pelo setor a partir de uma combinação de fatores.

Entre eles está a falta de chuvas e consequente necessidade de acionamento das térmicas e o atraso de projetos cujo início de operação deveria ocorrer em 2013 e 2014.

Esse recurso foi utilizado até o mês passado e, para julho, é provável que as empresas necessitem de um aporte adicional.

Rating

Além das questões setoriais que afetam os resultados das distribuidoras, o setor também foi vitimado pelas margens menos atrativas estabelecidas a partir do 3º ciclo de renovação tarifária.

Esta é a razão, segundo a AES Eletropaulo, para a decisão da agência de classificação de riscos Fitch de rebaixar o rating da companhia para BB.

"O risco regulatório aumentou e o terceiro ciclo veio bastante adverso. Com isso eles fizeram o downgrade e colocaram (a empresa) em perspectiva estável aguardando o 4º ciclo", explica o diretor financeiro da companhia, Gustavo Pimenta.

"Se o 4º ciclo vier desfavorável, teremos desafios adicionais. Mas acreditamos que não será desfavorável, dado o que temos observado", complementa. Caso a projeção se confirme, o executivo acredita que as agências de classificação de riscos revisarão novamente o rating das empresas do setor, desta vez para cima.

Hidrologia

Além do 4º ciclo de revisão tarifária, outro tema foco de atenção para as distribuidoras é a situação hidrológica, não apenas para este ano como também para 2015.

"Acompanhamos o quadro hidrológico de forma dinâmica. A estação chuvosa se inicia em novembro, então vamos aguardar para ver o que vai acontecer em relação à recuperação dos reservatórios. Ainda é prematuro fazer certas considerações", enfatizou Britaldo Soares.

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