Diesel: intenção do governo é cortar parte do Reintegra para ajudar a compensar a perda de arrecadação que terá com a redução de tributos sobre o combustível (Mark Renders/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de maio de 2018 às 19h17.
Brasília - O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, criticou a intenção do governo de cortar parte do Reintegra para ajudar a compensar a perda de arrecadação que terá com a redução de tributos sobre o diesel, acordada com caminhoneiros em greve. O Reintegra é o programa que prevê a devolução de 2% do faturamento de empresas com exportação de produtos industrializados.
Para Castro, os exportadores terão dois aumentos de custos advindos das negociações do governo - a reoneração da folha de pagamentos, que atingirá o setor, e a redução do Reintegra. "Os manufaturados brasileiros já estão sem competitividade, vamos nos tornar uma colônia exportadora de commodities", afirmou.
No ano passado, o governo gastou com o Reintegra cerca de R$ 3 bilhões, valor que deverá ser maior em 2018 com o crescimento das vendas de manufaturados, que subiram quase 20% de janeiro a abril.
Segundo o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. apurou, o Ministério da Fazenda já vinha discutindo acabar com o Reintegra para 2019. A avaliação em áreas do governo é que a equipe econômica quer aproveitar a crise dos combustíveis para emplacar essa e outras demandas.
Para Castro, mexer no Reintegra neste ano prejudicaria a previsibilidade nas operações. "Nós fazemos contratos de três, cinco anos para venda de manufaturados. O governo não pode mexer na regra do jogo assim", completou.