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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O acordo firmado hoje em Teerã, definindo o envio do urânio do Irã para ser enriquecido a 20% na Turquia, deve ainda ser submetido à análise do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Paralelamente, os integrantes da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) farão uma avaliação dos termos do acordo e de sua execução. A decisão firmada hoje (17) faz parte das negociações políticas, mas faltam questões técnicas e garantias.
Os diplomatas que acompanham as negociações afirmam que é necessário obter garantias do Irã de que os termos do acordo serão colocados em prática. Só assim, afirmam eles, será possível encerrar de forma definitiva o impasse em torno do programa nuclear iraniano.
Os integrantes permanentes do Conselho de Segurança nas Nações Unidas - Estados Unidos, Rússia, França, Inglaterra e China - e os inspetores da Aiea vão verificar a aplicabilidade e o cumprimento de regras internacionais de segurança nuclear. A conduta é motivada pela desconfiança de parte da comunidade internacional sobre o Irã.
A aprovação de sanções no conselho exige voto favorável de todos os membros permanentes do órgão. Para os governos dos Estados Unidos, da Inglaterra, da França e da Alemanha, o programa nuclear iraniano esconderia a produção de armas atômicas.
No entanto, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações. Segundo Ahmadinejad, o urânio enriquecido será usado para fins pacíficos, como medicamentos e programas hospitalares. O governo brasileiro sempre defendeu a busca pelo diálogo do Irã com a comunidade internacional e o direito de os iranianos desenvolverem um programa nuclear próprio.
Pelo acordo, firmado nesta manhã, o Irã vai enviar o urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em um prazo de 12 meses, deverá receber da Turquia o urânio enriquecido a 20%. O processo deve ser acompanhado por inspetores dos dois países. Com isso, as autoridades esperam que sejam encerradas as desconfianças em torno do programa nuclear iraniano.
O acordo foi negociado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Ahmadinejad, além do primeiro-ministro da Turquia, Tayyiq Erdogan, durante as reuniões paralelas do G15 - grupo dos 18 países não alinhados.