Comércio exterior: containers em porto da Alemanha (REUTERS/Fabian Bimmer)
João Pedro Caleiro
Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 13h52.
São Paulo – Frustrados com a demora na Rodada Doha, Europa e Estados Unidos passaram a negociar entre si o ambicioso TTIP (Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento).
Em um estudo encomendado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a escola de Economia de São Paulo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) calculou os potenciais impactos se o Brasil entrasse no acordo.
Nas três possibilidades testadas, o aumento nas exportações brasileiras iria de 102% a 126%, atingindo R$ 95,4 bilhões. Já as importações cresceriam algo entre 35% e 54%.
Este cenário favoreceria principalmente o agronegócio, enquanto a indústria teria perdas ou ganhos dependendo do setor.
Ausente
Ficando de fora, o Brasil vê suas exportações para EUA e Europa caírem algo entre 0,6% (cenário mais otimista) a 10% (mais pessimista). O cenário mais provável é de 5% de perda, ou o equivalente a US$ 3,8 bilhões.
A redução nas importações ficaria entre 0,4% e 8% do total atual. As diferenças entre as projeções acontecem porque os termos do acordo ainda não foram totalmente definidos.
Mais do que a mera diminuição de tarifas, o TTIP deve estabelecer novos parâmetros em questões como clima e investimento. Isso deve gerar todo um novo sistema de regras paralelo ao da OMC (organização Mundial do Comércio).
O Brasil negocia atualmente um acordo com a Uniao Europeia. Se o TTIP for concluído, a FGV afirma que não existirá “lógica de comércio” em não fazer o mesmo com os EUA.