Economia

Acesso à União Europeia é prioridade do Mercosul, diz Nunes

Ministro das Relações Exteriores participou de fórum com a presença do primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy

Aloysio Nunes: "é uma prioridade nossa, da nossa diplomacia, concretizar esse acordo, que está indo muito bem" (Jorge Adorno/Reuters)

Aloysio Nunes: "é uma prioridade nossa, da nossa diplomacia, concretizar esse acordo, que está indo muito bem" (Jorge Adorno/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de abril de 2017 às 07h29.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse nesta segunda-feira (24) que o acesso aos mercados da União Europeia é uma prioridade do Mercosul.

"Estamos trabalhando muito intensamente para fazer um acordo do Mercosul com a União Europeia, para ter acesso aos mercados da União Europeia, receber mais investimentos. Hoje é uma prioridade nossa, da nossa diplomacia, concretizar esse acordo, que está indo muito bem", disse.

Aloysio Nunes participou do 1º Fórum Espanha-Brasil na tarde desta segunda-feira, no Hotel Hilton, na capital paulista, com a presença de representantes dos governos, das empresas e da sociedade civil de ambos os países, com o objetivo de favorecer o desenvolvimento das relações entre as duas nações.

Após os painéis e exposições de convidados, foi feito um jantar de encerramento com a presença do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e do ministro brasileiro.

O ministro comparou a situação econômica dos dois países. "A Espanha teve uma queda do PIB [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país] de 10% em cinco anos. Nós perdemos 10% em dois anos no Brasil. E o caminho é esse, é controlar a inflação, controlar o gasto público, modernizar o estado, fazer as reformas trabalhistas que precisam ser feitas, a Previdência também. Lá [na Espanha], eles têm hoje o Orçamento do governo central, [do qual] 40% é despesa previdenciária. Também pesa muito e eles estão precisando mudar isso", avaliou.

FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou do fórum e falou das consequências da globalização na distribuição de emprego.

"A globalização, fruto desse desenvolvimento tecnológico, aumenta a produtividade, aumenta a renda e não aumenta o emprego. Esse é um problema. Nós vamos ter que enfrentar essa questão que não é diretamente econômica. É política, social e econômica, vem tudo junto", disse.

Sobre essa questão, FHC citou uma conversa que teve com o empresário mexicano Carlos Slim. "Há algum tempo atrás ele me disse 'eu vou tentar convencer meus amigos na Europa que eles têm que reduzir a jornada de trabalho'. Pode parecer absurdo reduzir a jornada de trabalho, mas como é que nós vamos dar emprego para essa gente, com o aumento da produtividade que vem pela frente?".

FHC comparou a fala de Slim ao pensamento de Karl Marx: "no futuro, a produtividade vai aumentar, cada um vai ser o que quiser, um vai pescar, outro vai rezar, outro vai plantar. Isso é uma utopia, não vai ser assim", disse o ex-presidente.

"Mas o fato é que estamos diante de um momento em que o aumento da produtividade é colossal, essa produtividade aumenta a renda, a renda se concentra e a capacidade de oferecer emprego [diminuiu]".

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