Dinheiro: presidente do Bradesco disse ainda que recursos que vêm do Tesouro e dos fundos sociais desequilibram a competição dos bancos (Marcos Santos/usp imagens)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2014 às 15h24.
São Paulo - O crescimento dos bancos públicos na oferta de crédito no âmbito de uma política anticíclica do governo foi adequado, mas chegou no limite, na opinião do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.
"Os limites estão sendo atingidos. É normal em determinados anos os bancos privados, públicos e estrangeiros terem crescimentos distintos. Depois de um determinado período, a média é que vai definir, porque, se ficar muito acima da média, pode estar subscrevendo riscos, nos quais depois a inadimplÊncia pode bater na porta", avaliou ele, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 7.
A competição entre bancos públicos e privados, segundo Trabuco, tende a ser mais estável e equânime por causa do funding. O presidente disse ainda que os recursos que vêm do Tesouro e dos fundos sociais desequilibram a competição dos bancos.
"A tendência será menos abundante, até mesmo porque foi colocada ênfase no ajuste fiscal, que faz com que seja administrado melhor o funding público", afirmou o presidente do Bradesco.
Em relação à subida da taxa básica de juros, a Selic, Trabuco disse que representa um custo necessário para a sociedade e para a intermediação financeira para compensar o risco. "A revisão dos spreads está mais condicionada agora a quando a taxa refluir e quando começarmos um novo ciclo de afrouxamento monetário", avaliou ele.
O Bradesco promove hoje evento para investidores e emissores no Brasil no formato dos fóruns que realiza em Nova York e Londres. Mais de 100 empresas participam do encontro que acontece até a próxima quarta-feira.