Supermercado: De janeiro a julho, as vendas reais dos supermercados brasileiros acumulam alta de 1,48% (Kirill Kudryavtsev/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 14h33.
São Paulo - A associação que representa o setor de supermercados no Brasil, Abras, reduziu a projeção de crescimento para as vendas em 2014 para 1,9 por cento, ante previsão anterior de cerca de 3 por cento, no que pode ser o pior resultado do setor desde 2006.
A entidade vinha sinalizado possível corte na projeção, após um modesto desempenho no primeiro semestre e da expectativa frustrada de impulso das vendas com a Copa do Mundo.
"Agora a projeção está mais real, sabemos que a demanda, não só no nosso setor, deu uma arrefecida", disse o presidente do conselho consultivo da Abras, Sussumu Honda. Em 2013, as vendas reais de supermercados no país aumentaram 5,3 por cento.
"O consumidor esta indo menos ao ponto de venda", adicionou Honda, citando a diminuição do crescimento da renda e a inflação elevada entre os fatores que desencorajaram o consumo.
Em julho, as vendas reais dos supermercados brasileiros tiveram crescimento de 0,99 por cento ante mesmo mês de 2013. O avanço no ano até julho ficou em 1,48 por cento, desacelerando ante a alta de 1,57 por cento até junho.
"O consumo está muito ligado a expectativas. O consumidor está escutando nos programas matinais, vespertinos e noturnos noticias de economia", disse Honda.
Já na comparação de julho contra junho, as vendas reais subiram 3,14 por cento. O movimento ocorreu em meio à queda de preços dos principais produtos.
O preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo, teve queda de 1,54 por cento de junho para julho, a 371,60 reais. No acumulado de 12 meses, a variação da cesta foi positiva em 4,26 por cento, abaixo da inflação oficial de 6,5 por cento medida pelo IPCA.
A expectativa da Abras é mais positiva para o segundo semestre, período tradicionalmente mais forte em vendas.
Atualizado às 14h32