Economia

Abimaq critica proteção dada a montadoras

Diretor secretário da Abimaq afirma que não é difícil apresentar bons resultados com tantos estímulos do governo federal, referindo-se às montadoras


	Máquinas na linha de montagem da Ford: de acordo com a Abimaq, o Brasil não está aumentando o investimento no setor de máquinas e equipamentos
 (Dave Kaup/Getty Images)

Máquinas na linha de montagem da Ford: de acordo com a Abimaq, o Brasil não está aumentando o investimento no setor de máquinas e equipamentos (Dave Kaup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2014 às 18h37.

São Paulo - Para o diretor secretário da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, o Inovar Auto é o "antiexemplo" em termos de uma política industrial inteligente.

"Existem tantas chicanas no programa que (as montadoras) não estão virando a cadeia produtiva, estão trazendo o máximo possível de peças de fora do país", criticou nesta quarta-feira, 26.

Ele afirma ainda que não é difícil apresentar bons resultados com tantos estímulos do governo federal. "Com essa proteção, qualquer setor estaria nadando de braçada", afirmou.

Pastoriza afirma que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é a única representação que "trabalha na prática com câmbio a R$ 4".

"Eles têm a proteção de 35% de imposto de importação para automóveis, com o Inovar Auto têm mais 30 pontos porcentuais de IPI", diz.

O representante da Abimaq destacou que a instituição tem o pleito de aprovar o Inovar Máquinas junto ao governo, com aumento do conteúdo local de máquinas e estímulo à inovação, mas respeito ao ex tarifário, que permite a importação sem carga adicional de tributação para itens que não possuem similar nacional.

"Está em estudo há meses. Mas não temos aparentemente a mesma força que a Anfavea", reclama o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini.

De acordo com a Abimaq, o Brasil não está aumentando o investimento no setor de máquinas e equipamentos. "A máquina importada que antes entrava no país a R$ 2 milhões, agora, por conta na mudança no câmbio, entra a R$ 2,4 milhões. Isso infla o consumo aparente", explica Bernardini.

"O consumo aparente mostra leve crescimento este ano, mas não está aumentando seus investimentos produtivos. Não é com caminhões e ônibus que a indústria vai se tornar competitiva", reclama o diretor de competitividade.

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