Economia

Abiec diz que embargo russo não afetará exportações de carne

A decisão do serviço veterinário russo, que ainda não enviou uma notificação oficial ao Brasil, foi tomada após uma inspeção realizada em março

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 07h16.

São Paulo - A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) descartou nesta quarta-feira que o embargo das autoridades sanitárias da Rússia sobre dez unidades de frigoríficos do país, entre eles JBS, Marfrig e BRF, afetem as exportações de carne do Brasil neste ano.

A decisão do serviço veterinário russo, que ainda não enviou uma notificação oficial ao Brasil, foi tomada após uma inspeção realizada em março e que - segundo esse órgão - constatou irregularidades, como o uso de estimulantes de crescimento de animais, nessas unidades.

A medida, no entanto, não afeta as exportações de carne brasileiras, segundo o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli.

A expansão para outros mercados e da oferta "nos permite dizer que faremos uma reestruturação comercial de modo que a notícia não tenha impacto no volume, nem no faturamento das exportações brasileiras", destacou à Agência Efe o titular da Abiec.

A Rússia é um dos principais compradores da carne brasileira, com mais de 310 mil toneladas importadas em 2014, quando decidiu aumentar o volume de carne importada do Brasil devido ao embargo aplicado por vários países europeus por causa do conflito geopolítico na Ucrânia.

Segundo Camardelli, as empresas que tiveram suas unidades embargadas tendem a reestruturar sua produção em outras unidades, de modo que a expectativa para os próximos meses é que o volume se mantenha próximo das 22 mil toneladas exportadas em abril.

"Todo o tempo em que trabalhamos com eles (os russos), não tivemos reivindicação nem de um lado, nem de outro (dos frigoríficos). Esta restrição temporária não vai contaminar essa relação", especificou Camardelli.

Em março deste ano, África do Sul e Iraque reabriram seus mercados para a carne brasileira, uma decisão que já tinha sido tomada por China e Arábia Saudita, e pela própria Rússia, que nos últimos meses suspenderam medidas sanitárias que indicam o fim definitivo do embargo.

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