Economia

Abecs: projeção de crescimento para cartões neste ano é de 7,5%

No 1º trimestre, o setor registrou crescimento de 5,9% ante um ano, totalizando R$ 285 bilhões, desempenho que superou a expectativa da entidade

Cartões de crédito: a representatividade dos cartões no consumo das famílias chegou a 28,2% (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

Cartões de crédito: a representatividade dos cartões no consumo das famílias chegou a 28,2% (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2017 às 16h01.

São Paulo - A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) chegou a cogitar elevar sua projeção de crescimento do setor de cartões para dois dígitos neste ano, mas preferiu manter a projeção de alta de 7,5%, de acordo com o presidente da entidade, Fernando Chacon.

Pesou, sobretudo, segundo ele, o cenário econômico, que não apresentou o fôlego esperado.

"Ao longo do primeiro trimestre, a Abecs chegou a cogitar que o número de crescimento do setor pudesse chegar em dois dígitos este ano, mas, aparentemente, o fôlego da economia não está como imaginávamos. Não foi a crise política. Não teve uma bala de prata que desestruturou, mas o cenário. A confiança deu um passo para trás", explicou Chacon, a jornalistas, durante o CIAB, congresso de tecnologia bancária, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

No primeiro trimestre, o mercado de cartões registrou crescimento de 5,9% ante um ano, totalizando R$ 285 bilhões.

Ao todo, o número de transações com cartões chegou a 3,1 bilhões nos três primeiros meses deste ano, crescimento de 7% ante igual intervalo de 2016.

Com isso, a representatividade dos cartões no consumo das famílias brasileiras chegou a 28,2%.

O presidente da Abecs avaliou que o desempenho do setor no primeiro trimestre até superou a expectativa da entidade, ainda que tenha crescido abaixo da projeção anual, mas que o mesmo cenário não se materializou no segundo trimestre.

"Divulgamos projeção de expansão de 5,5% a 7,5% de crescimento para este ano, mas, na curva, o primeiro trimestre sinalizou que conseguiríamos crescer 7,5% neste ano", explicou Chacon.

Do volume total movimentado pelos cartões de janeiro a março, conforme dados da Abecs, R$ 112 bilhões corresponderam à modalidade de débito, com alta de 7,6% e R$ 173 bilhões de crédito, com aumento de 4,8%, na mesma base de comparação.

"Poucos negócios têm desempenho tão robusto diante do cenário que estamos vivendo", ressaltou Marcos Magalhães, diretor executivo de cartões, veículos e financeiras do Itaú Unibanco.

Diante do contexto atual, porém, conforme o diretor executivo do Bradesco, Rômulo de Mello Dias, é impossível os empresários e os consumidores não serem impactados.

O país, segundo ele, vinha sendo colocado nos trilhos, fazendo seu dever de casa do lado fiscal, mas precisa que as reformas sejam aprovadas.

"A (reforma) trabalhista passou ontem (terça-feira). Vamos ver a da Previdência. Neste cenário, é natural empresários e consumidores se retraírem", avaliou o executivo.

Sobre 2018, Chacon, da Abecs e também presidente da Rede (ex-Redecard), disse que é "quase impossível" definir um cenário para o ano que vem enquanto não se materializa um ambiente mais estável neste ano.

O presidente da Visa, Fernando Teles, ponderou que, apesar da falta de clareza, a perspectiva é muito boa e que há possibilidade de crescimento a despeito do desempenho da economia.

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditoCompras

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo