Dilma Rousseff cumprimenta Xi Jinping durante participação na VI Cúpula do BRICS (Roberto Stuckert Filho/Presidência)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 20h30.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff afirmou que o momento mais importante da VI Cúpula do BRICS é a concretização do novo banco de desenvolvimento e do acordo contingente de reservas.
Além disso, ela destacou o papel de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul como impulsionadores da economia global.
"É importante para o BRICS também afirmar e se posicionar de uma forma clara com essas duas iniciativas porque elas empoderam o BRICS e mostram que, de fato, continua sendo um mundo puxado pelo crescimento dos países em desenvolvimento", disse Dilma em entrevista concedida à emissora de televisão chinesa CCTV.
Segundo Dilma, nas reuniões anteriores do bloco a discussão sobre o banco estava se desenvolvendo. "Um projeto como um banco não nasce pronto. Ele estava sendo gestado na barriga dos BRICS, agora ele nascerá", afirmou.
"O novo banco dos BRICS é uma resposta porque implica numa nova fonte de financiamento para aqueles países que acreditam que não é possível só fazer recessão, cortar empregos, acabar com os processos de inclusão social", completou.
A presidente reforçou que, alguns meses atrás, parte da imprensa ocidental falava que os emergentes não iam ter um papel de destaque no desenvolvimento global. "Mostrou-se inverídica essa avaliação", reforçou.
"O mundo passou por uma crise fortíssima a partir de 2008. Os países do BRICS só foram ser atingidos quase três a quatro anos depois, mas foram atingidos. Todos nós desaceleramos a nossa taxa de crescimento", ponderou.
Dilma destacou a importância da parceria entre Brasil e China e disse que há uma "excelente relação" entre os dois países.
"Consideramos que a maturidade da relação entre o Brasil e a China vai conduzir para um aumento da produção do Brasil para a China de manufaturados, e também da China para o Brasil", afirmou, ressaltando que atualmente o Brasil já é um importante fornecedor de alimentos e de proteína para a China.
A presidente disse que o Brasil tem muito interesse em usar o know-how chinês para ampliar os investimentos em ferrovias no País. "Nós temos o maior interesse nessa questão das ferrovias", afirmou.
"Há uma expertise (da China) nessa área, há um know-how nessa área e nós queremos que a China participe conosco."
Durante a parte final da entrevista, Dilma fez referência às manifestações do Brasil e afirmou que hoje os brasileiros têm novas demandas.
"Quando você dá um passo além do mínimo para viver, você passa a querer o máximo para desfrutar. O nosso sonho é esse, transformar o Brasil num país em que todos os brasileiros tenham o máximo para desfrutar", disse.