Instalação de painéis solares na China. (VCG)
Vanessa Barbosa
Publicado em 7 de março de 2017 às 11h42.
São Paulo - A transformação da matriz energética chinesa avançou a passos largos no ano passado. O país alcançou um novo recorde mundial em energia solar, com 33,2 gigawatts (GW) instalados – o dobro do recorde anterior, também chinês, de 15 GW instalados em 2015.
Até 2020, a China planeja investir US$ 360 bilhões para ampliar a participação das renováveis na sua matriz energética, impulsionando novos empregos e o desenvolvimento tecnológico. Os dados são do Comunicado Estatístico de 2016 sobre Desenvolvimento Econômico e Social do Escritório Nacional de Estatísticas e foram divulgados pelo Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA).
Em energia eólica, o país instalou 17,3 GW em 2016, um crescimento de 19% para fonte, que atingiu total de 211 terawatts-hora (TWh). Em termos de geração de energia eólica em alto mar (offshore), a análise coloca o Shanghai Electric Wind Power Equipment (Sewind) como o maior desenvolvedor de 2016 em todo o mundo, comissionando 489 MW de nova capacidade.
Em um sinal promissor do futuro de baixo carbono chinês , a demanda de energia do país tem se desvinculado da atividade econômica: o consumo total de energia em 2016 cresceu apenas 1,4%, contra 6,7% do PIB.
Tão notável quanto é o recuo recorde no consumo de carvão de 9,0%, para 3,410 milhões de toneladas (Mt) em 2016. De 2013 até o ano passado, a China adicionou um total de 200 GW de geração de eletricidade a carvão, que hoje estão parcialmente ociosos.
"O carvão é o maior perdedor no mercado de energia chinês. Pelo terceiro ano consecutivo, a produção e o consumo caíram, enquanto a taxa de utilização dos geradores a carvão caiu para 47,5%, o mais baixo de todos os tempos", analisa em nota Tim Buckley, diretor de Estudos de Finanças Energéticas do Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA). A transformação no setor elétrico da China está a todo vapor.