Economia

A prefeitos, Lula anuncia acordo em desoneração, dívida previdenciária e regras de precatórios

Novidades foram comunicadas na Marcha dos Prefeitos, na companhia dos presidentes da Câmara e Senado

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 21 de maio de 2024 às 14h00.

Tudo sobreLuiz Inácio Lula da Silva
Saiba mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, 21, uma série de medidas para atender municípios, entre elas novas regras de financiamento das dívidas previdenciárias e para precatórios e apoio ao projeto de securitização das dívidas dos entes. Lula ainda confirmou o acordo para manter em 8% - de 20% padrão - a alíquota previdenciária dos municípios em 2024, e pediu uma resolução rápida, já que a liminar que suspendeu a reoneração tem validade de 60 dias.

De acordo com o presidente, o projeto que tratará do assunto é de autoria do senador Efraim Filho (União-PB), e será relatado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

As novidades foram comunicadas a uma plateia de prefeitos na XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, conhecida como Marcha dos Prefeitos, na companhia dos presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de ministros, como da Fazenda, Fernando Haddad.

Lula não deu muitos detalhes sobre as novas regras para as dívidas previdenciárias, mas afirmou que haverá um novo prazo de financiamento desse passivo dos municípios, com renegociação de juros e teto máximo de comprometimento da receita líquida. O governo também apresentará novas normas para o pagamento de precatórios desses entes para, segundo Lula, facilitar a liquidação dos títulos e aliviar as contas dos municípios por meio de um teto máximo de comprometimento da receita corrente líquida.

O presidente também citou a liberação de recursos financeiros e emendas individuais. "Serão liberadas as emendas de bancada de R$ 7,563 bilhões, e aproximadamente R$ 6 bilhões entrarão na conta dos municípios, a começar de 24 de maio", disse Lula, que também declarou o apoio do governo ao PL 459/2017, que trata da securitização das dívidas dos Estados e municípios. De acordo com o presidente, a estimativa é de que, aprovado, esse projeto vai gerar uma receita de até R$ 180 bilhões para os governos federal, estaduais e municipais.

O chefe do Executivo federal também citou o andamento do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para municípios com até 50 mil habitantes, e a assinatura de um decreto que vai definir regras para repasse de recursos via convênio para municípios. "Vocês percebem que a ideia aqui é facilitar a vida das prefeituras pequenas para fazer acordo em até R$ 1,5 milhão", disse.

Por fim, Lula anunciou um novo modelo de financiamento da atenção primária, junto de um repasse de R$ 4,3 bilhões pelo Ministério da Saúde para que municípios possam custear equipes de multiprofissionais de saúde bucal.

"Eu queria dizer alguns anúncios que vou fazer poderiam ser o ministro da Fazenda, da Casa civil, mas vocês sabem que notícia boa quem dá é o prefeito, e aqui no caso é o presidente da República. Notícia ruim quem dá são os ministros", brincou o presidente.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaDesoneração da folha de pagamentosPrecatóriosDívida pública

Mais de Economia

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto