Economia

Blairo Maggi se encontra com ministro da Agricultura dos EUA

Foi Perdue quem assinou, em 22/6, o comunicado de suspensão à importação de carnes in natura do Brasil

EUA: mantiveram fechados o mercado de carne in natura para os brasileiros por 17 anos (Germano Luders/Exame)

EUA: mantiveram fechados o mercado de carne in natura para os brasileiros por 17 anos (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2017 às 21h30.

Última atualização em 17 de julho de 2017 às 08h19.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, tem encontro marcado nesta segunda-feira com o secretário de Agricultura norte-americano, Sonny Perdue. Foi Perdue quem assinou, em 22/6, o comunicado de suspensão à importação de carnes in natura do Brasil por “preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos destinados ao mercado americano”.

Os Estados Unidos mantiveram fechados o mercado de carne in natura para os brasileiros por 17 anos. As relações foram firmadas apenas em setembro do ano passado. Entre janeiro e maio deste ano, foram exportados 49 milhões de dólares daqui para lá. Mas, desde março, as autoridades recusaram a entrada para 11% dos produtos brasileiros de carne fresca, quando a média aceita pelo Serviço de Inspeção e Segurança de Alimentos dos Estados Unidos é 1%.

A missão de Maggi será convencer os norte-americanos que os problemas comunicados são efeitos normais da vacinação do gado contra a febre aftosa. Segundo o ministério da Agricultura, há casos de inflamações na carne que deixam distorcida a aparência do produto, mas sem oferecer nenhum risco à saúde de quem consome. A nova determinação é que os frigoríficos brasileiros passem a exportar os cortes dianteiros, onde é aplicada a vacina, na forma de cubos, iscas ou tiras, retirando as partes suspeitas.

Para o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, as negociações dependem também da política. Novacki disse ao jornal O Estado de S. Paulo que pesa a “pressão protecionista” que a Casa Branca pode sofrer do setor privado depois da chegada de Donald Trump.

Enquanto isso, a Operação Carne Fraca, que investiga uma máfia que recebia propina por relaxamento na fiscalização aos frigoríficos, vai se arrastando. A última novidade é a tentativa de delação do ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho que afirma que o esquema abasteceu campanhas eleitorais do ex-ministro Osmar Serraglio e de outros membros do PMDB paranaense. Para sorte de Maggi, esse tema não deve pesar na decisão dos americanos.

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