O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em palestra do jornal Valor Econômico (Amanda Previdelli / Exame.com)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 13h34.
São Paulo – Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a crise econômica de 2008 na Europa veio em “momento necessário” para que o capitalismo compreendesse que o mercado não pode regular tudo.
“Antes o mercado servia para educação, economia, tudo. Tem coisas que são papel do Estado. Salvar os países, agora, é função do Estado”, disse o ex-presidente brasileiro. Segundo Lula, os representantes da União Europeia estavam aquém das necessidades do continente: “a Europa sofre uma crise de liderança política”. O ex-presidente reiterou que a solução para a crise na Europa viria de uma decisão política, não econômica.
Em palestra organizada pelo jornal Valor Econômico que contou ainda com a presença do ex-Chefe de Governo da Espanha, Felipe González, Lula se dirigiu ao colega espanhol afirmando as diferenças entre uma crise na América Latina e a crise europeia.
Para ele, o continente europeu já tem uma solidez econômica: “É irônico que no Brasil os trabalhadores precisam lutar muito para conquistar o que vocês conquistaram nos anos 1960, os trabalhadores europeus têm de brigar para não perder o padrão de vida e o Estado de bem estar social que conquistaram. Essa luta vai ser dura”, disse.
Apesar disso, Lula se disse positivo: “A crise econômica a gente vai resolver”, afirmou. Para isso, porém, ele defende que os políticos eleitos precisam de “coragem” para tomar as decisões que precisam tomar. “Agora está na hora de executar essas decisões corretas”, afirmou.
Além disso, o ex-presidente defendeu projetos sociais afirmando a necessidade de se “financiar quem não tem condições”. Por fim, Lula disse que é preciso regular a participação da China no mercado global: “Os chineses precisam consumir um pouco mais e vender um pouco menos”, finalizou.