China: crescimento econômico não impediu as desigualdades (Petar Kujundzic/Reuters)
AFP
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 11h18.
Última atualização em 13 de novembro de 2018 às 18h50.
Pequim - Mais de 82 milhões de chineses vivem na pobreza, com menos de um dólar por dia, apesar dos vários anos de crescimento constante que transformou a China na segunda economia mundial.
De acordo com a definição do governo chinês, a pobreza se caracteriza por um rendimento anual inferior aos 2.300 iuanes (US$ 375, 295 euros), o que corresponde a menos de um dólar por dia.
No final do ano passado, 82 milhões de chineses - em uma população total de 1,36 bilhão - viviam sob este limite, afirmou à imprensa o encarregado de desenvolvimento, Zheng Wenkai.
O Banco Mundial considera, por sua vez, que o limite da pobreza está em 1,25 dólar por dia: isso quer dizer que 200 milhões de chineses estão na pobreza, se levarem em conta os "critérios internacionais", comentou Zheng.
"A maioria desses chineses vive em zonas de risco de terremotos ou com infraestruturas muito precárias, o que complica os esforços para tirá-los da pobreza", assegurou.
Na China, o país mais povoado do mundo, o PIB por habitante era de apenas 6.767 dólares no ano passado, ou seja, 13% do produto interno bruto dos Estados Unidos, segundo um jornal oficial chinês, o Global Times.
O crescimento econômico chinês - que chegou a 10% anuais, e agora está em torno dos 7,5% - não impediu as desigualdades.
Segundo um estudo da Universidade de Pequim, 1% das famílias controla um terço da riqueza do país.
Por outro lado, 25% das famílias chinesas mais pobres têm apenas 1% da riqueza chinesa.