Caveira (símbolo usado para sinalisar substâncias tóxicas) (Wikimedia/Domínio Público)
João Pedro Caleiro
Publicado em 31 de maio de 2015 às 08h01.
São Paulo - O banco alemão Deutsche Bank lançou nesta semana seu relatório mensal de análise da economia global.
Na parte sobre os emergentes, um quadrinho para a situação brasileira: "Expectativa de recessão severa. Inflação alta força um aperto monetário, sufocando a economia. Preços baixos de commodities adicionam mais pressões e incerteza política contribui para riscos".
O país, no entanto, não aparece diretamente entre as 7 maiores ameaças à recuperação da economia global identificadas pelo banco.
A maior delas é uma nova piora na Europa causada pela saída da Grécia da zona do euro, seguida por uma desaceleração brusca da China - dois riscos que estão no radar dos investidores há bastante tempo.
Veja a "matriz de risco" - quanto mais alto, maior o impacto. Quanto mais à direita, maior a probabilidade. O "caminho" é em relação ao mês anterior. A figura maior pode ser vista aqui:
1. A maior ameaça é que a incipiente recuperação econômica da Europa volte a descarrilhar. Apesar dos executivos do continente já estarem mais preocupados com a saída do Reino Unido da União Europeia, a "Grexit" por enquanto ainda é o evento mais provável (e potencialmente destrutivo).
2. Os números da China vem decepcionando, e o Deutsche teme que o país não consiga evitar um "pouso forçado". A desaceleração brusca do crescimento chinês é um medo que sempre aparece nas listas de "cisnes negros" dos últimos anos.
3. Os países emergentes são hoje mais preparados e resilientes do que nos anos 90, quando viveram uma crise atrás da outra, mas permanece o medo de que eles não resistam à pressão de 3 fatores atuais: dólar forte, desaceleração chinesa e aumento dos juros.
4. Os Estados Unidos foram até agora o grande destaque da economia global, mas nada garante que a recuperação vai tomar raiz. Este medo se tornou mais palpável com os fracos números de crescimento divulgados nesta semana.
5. Este é o medo de correções radicais de mercado e um aumento grande da volatilidade em um cenário de mudança de preços relativos diante da mudança de atitude pelos bancos centrais.
6. Este é o risco geopolítico de um aumento de tensões com fonte conhecida (como a Ucrânia) ou nova.
7. O último risco não é de curto prazo: significaria um abandono das políticas para estimular a economia japonesa pelo primeiro-ministro Shinzo Abe e o Banco Central.
8. Este é o "risco positivo": de que a queda do preço do petróleo ajude o crescimento global mais do que ocorreu até agora.