Economia

4 economias que foram bem em 2016

Restam alguns pontos de esperança no cenário global: países com crescimento robusto e perspectivas otimistas. Conheça alguns deles

Vista aérea de Barcelona (johnkellerman/Thinkstock)

Vista aérea de Barcelona (johnkellerman/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de dezembro de 2016 às 08h00.

Última atualização em 18 de dezembro de 2016 às 08h00.

São Paulo - A incerteza foi a palavra de ordem em 2016.

No mundo desenvolvido, eventos inesperados como a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump balançaram os mercados e vão reverberar por muito tempo.

No Brasil, ainda não ficou claro qual é o caminho de saída da recessão e a turbulência política segue de vento em popa.

Mas ainda assim, restam alguns pontos de esperança no cenário global: países com crescimento robusto e perspectivas otimistas para o futuro.

Conheça 4 deles:

 

Madrid, Spain financial district skyline at twilight.

Espanha

A Espanha foi uma das mais afetadas pela crise europeia, mas esse foi definitivamente o ano da retomada - classificada como "impressionante" pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O país crescia, no 3º trimestre, em um ritmo anualizado de 3,2% - exatamente o dobro da taxa do bloco como um todo. O desemprego está em queda (mas ainda é altíssimo).

A Espanha tem um setor exportador importante e foi beneficiada pela fraqueza do euro; a queda do petróleo e as taxas de juros baixas também ajudaram.

O mais curioso é que a recuperação sobreviveu em um limbo no governo que durou quase o ano inteiro depois de duas eleições não terem consolidado a maioria de nenhuma força política.

 

Os cinco países com mais casos

Filipinas

As Filipinas já haviam aparecido na lista de economias bem-sucedidas em 2015 e continuam em destaque.

Segundo um ranking da Austin Ratings com 39 países, as Filipinas tiveram o melhor desempenho econômico no terceiro trimestre, com crescimento de 7,1% ante o mesmo trimestre de 2015.

Investimento, consumo, confiança e setor externo se retroalimentam em um ciclo positivo que deve continuar até pelo menos 2018, segundo o Banco Mundial.

Infelizmente, essa boa maré tem sido acompanhada por um cenário político sombrio: usando a justificativa da "guerra às drogas", o presidente Rodrigo Duterte deu sinal verde para o massacre de milhares de pessoas.

 

Centro de Dublin, capital da Irlanda

Irlanda

A saída do Reino Unido da União Europeia pegou todo mundo de surpresa e deve prejudicar a vizinha Irlanda, que pelo menos tem muita margem para resistir a um tombo.

Depois de uma crise dura pós-2008 e inclusão no infame grupo dos PIGS, o país foi um dos primeiros a reemergir após pacotes duros de cortes de despesas, aumentos de impostos e reformas.

O país chegou a divulgar que cresceu 26% em 2015 - uma distorção completa, provavelmente pelos mesmos motivos que fazem muita gente classificar o país como paraíso fiscal.

Mas mesmo as estimativas mais modestas colocam a Irlanda como a economia que mais cresce na Europa.

Boa parte das exportações vão para os Estados Unidos, que está em recuperação, e assim como na Espanha, o setor foi favorecido pelo euro enfraquecido.

 

Vista da cidade de Arequipa, no Peru

Peru

Com a Venezuela em frangalhos, o Brasil em uma recessão profunda e a recuperação decepcionante na Argentina, há pouco espaço para otimismo na América Latina.

O Peru é uma exceção, com uma maré positiva que já dura algum tempo: a renda per capita dobrou nos últimos 12 anos.

Atualmente, o país tem o crescimento mais rápido da região e que deve fechar 2016 em 4%, segundo o banco central do país.

Em julho começou o governo de Pedro Pablo Kuczynski, um ex-banqueiro que prometeu fomentar o crescimento com desburocratização e aumento do investimento em infraestrutura.

No cenário externo, os planos de Donald Trump para investimento também em infraestrutura aumentaram o preço do cobre, uma das principais exportações peruanas - outra boa notícia.

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