Economia

38% das empresas do setor eletroeletrônico venderam menos em maio

De acordo com pesquisa, houve forte redução no porcentual de empresas que registraram aumento em suas vendas e encomendas, que passou de 59% para 46%

Eletroeletrônicos: estatística foi modelada pelas incertezas políticas e redução nas projeções de crescimento do PIB, entre outros fatores (Jair Magri/Guia Quatro Rodas/Reprodução)

Eletroeletrônicos: estatística foi modelada pelas incertezas políticas e redução nas projeções de crescimento do PIB, entre outros fatores (Jair Magri/Guia Quatro Rodas/Reprodução)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2018 às 18h37.

São Paulo - Subiu para 38% em maio a fatia das empresas do setor industrial eletroeletrônico que perceberam queda no volume de vendas e encomendas em relação a idêntico mês do ano passado, segundo uma sondagem feita com associados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Em maio de 2017 em relação a maio de 2016 a percepção atingia 22% do total das empresas pesquisadas.

A sondagem da Abinee para apurar a percepção dos empresários e executivos sobre estas duas variáveis costuma ouvir um universo com uma média de 80 empresas, explicou a assessoria de imprensa da Abinee.

De acordo com a pesquisa, houve forte redução no porcentual de empresas que registraram aumento em suas vendas e encomendas, que passou de 59% para 46% na mesma base de comparação.

A estatística foi modelada pelas incertezas políticas, redução nas projeções de crescimento do PIB, valorização do dólar, devido a pressões externas, além do impacto da greve dos caminhoneiros.

"Além do alto grau de ociosidade da indústria elétrica e eletrônica, muitas incertezas vêm abalando a confiança dos empresários. Isso fatalmente inibe a realização de novos investimentos e retarda a recuperação e o crescimento que tanto buscamos", afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

Ainda de acordo com a pesquisa, desde o início do ano tem sido observado um aumento no número de empresas que sinalizam um ritmo de negócios abaixo das expectativas. Em janeiro, 34% indicaram essa redução nos negócios. Já em maio, o total passou para 58% das empresas.

A porcentagem de empresas com estoques de matérias-primas e componentes abaixo do normal passou de 7% para 23% em maio do ano passado para maio último.

Paralelamente, houve ampliação de entrevistadas com estoques de produtos acabados acima do esperado, indicador que aumentou de 23% para 32%. Foi observado também um crescimento de 22%, em abril, para 38% em maio, no total de empresas com dificuldades para adquirir componentes e matérias-primas.

Esses resultados estão em linha com outra pesquisa feita pela Abinee sobre os impactos da greve dos caminhoneiros. Na ocasião, os principais entraves citados pelas indústrias do setor foram a dificuldade de recebimento de insumos e a impossibilidade de entrega de seus produtos aos clientes.

Além disso, a sondagem da Abinee sobre a paralisação indicou que o faturamento das indústrias eletroeletrônicas sofreu redução média de 20% no mês de maio em relação ao planejado. Essa perda representa cerca de R$ 2,5 bilhões.

O nível de emprego não mostrou alterações significativas, com 77% das entrevistadas indicando estabilidade, na última sondagem da Abinee. Já a utilização da capacidade instalada passou de 74% em abril, para 75% em maio.

"Nota-se que ainda continua alto o grau de ociosidade da indústria elétrica e eletrônica, fato que inibe a realização de novos investimentos", afirmou o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

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