Senado: razão do adiamento não é falta de articulação política, de acordo com vice-líder do governo (Roque de Sá/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de outubro de 2019 às 14h23.
São Paulo — O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), um dos vice-líderes do governo no Senado, afirmou que a votação da reforma da Previdência em segundo turno vai ficar somente para o dia 22 de outubro ou ainda depois dessa data.
"O segundo turno deve ficar para o dia 22. Chance zero de votar antes. Vai ser dia 22, 23, por aí", declarou Rodrigues ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O calendário fechado por líderes partidários previa a votação do segundo turno para o próximo dia 10.
De acordo com ele, as próximas duas semanas serão mais esvaziadas no Senado. Ele lembra que um grupo de parlamentares viajará a Roma para a canonização de Irmã Dulce. A cerimônia está marcada para dia 13.
Além dos ruídos no calendário, a votação do segundo turno da reforma corre risco diante da preocupação de senadores com a indefinição na divisão dos recursos do megaleilão do petróleo com Estados e municípios. Além disso, há outras demandas, como a liberação de emendas parlamentares.
Chico Rodrigues, no entanto, nega que o problema seja o impasse na negociação política. "Isso tem zero de interferência. O acordo da cessão onerosa está feito, não se pode criar barganha" declarou.
Ele ainda afastou a possibilidade de a reforma ser ainda mais desidratada no segundo turno. Até agora, o Senado já retirou R$ 133,2 bilhões da economia da proposta em dez anos. "Não se pode desidratar mais, já chegou ao limite."
O líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), evitou se comprometer com uma data. Ao Broadcast Político, ele disse que o prazo será definido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na quarta-feira, Alcolumbre citou a semana entre 14 e 18 de setembro como cenário para o segundo turno.