Quanto mais caro o casamento, maior a chance de divórcio
Para alguém que escreve sobre finanças pessoais, como eu, é sempre gratificante falar sobre casamentos e dinheiro, pois é um assunto que parece não ter fim. O mais irônico é que as pessoas odeiam associar casamento, ou relacionamentos amorosos em geral, com dinheiro (exceto quando é para fazer maledicências ou insinuar que alguém deu o clássico golpe do baú; aí o pessoal adora!), mas é incrível a quantidade de casamentos […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 13h54.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h17.
Para alguém que escreve sobre finanças pessoais, como eu, é sempre gratificante falar sobre casamentos e dinheiro, pois é um assunto que parece não ter fim. O mais irônico é que as pessoas odeiam associar casamento, ou relacionamentos amorosos em geral, com dinheiro (exceto quando é para fazer maledicências ou insinuar que alguém deu o clássico golpe do baú; aí o pessoal adora!), mas é incrível a quantidade de casamentos que acaba por causa de dinheiro (ou mais frequentemente, da falta dele).
Casamento é um assunto “campeão de audiência” no universo das finanças pessoais. O assunto “gestão financeira do casal” sempre rende muita polêmica (como, por exemplo, o velho dilema “conta conjunta ou contas separadas?”), mas muito se fala também dos preparativos financeiros para a festa de casamento, a lua de mel… Enfim, aqueles eventos que servem como rito de passagem.
Eu costumo dizer, quando me perguntam, que “casamento” não é a cerimônia, e sim aquilo que vem depois dela (e que, presume-se, deve durar “até que a morte separe” os dois cônjuges). Por isso, recomendo que procurem “pegar leve” nos gastos e que, principalmente, não façam dívidas, pois entrar nessa nova fase da vida com “novas dívidas” não é exatamente um bom começo.
Costumo ser criticado quando faço esse tipo de recomendação. Ouço coisas como “você não é nada romântico”, “tem que entender que festa de casamento é uma coisa irracional”, “é uma ocasião muito importante para se pensar em economizar dinheiro” e outras coisas. Eu acabo, muitas vezes, aceitando os argumentos (sou facilmente vencível pelo cansaço…), mas não mudo minhas convicções.
Mas, enfim, a ajuda chegou! No mês passado, dois pesquisadores do departamento de economia da Emory University, nos Estados Unidos, publicaram uma pesquisa feita com três mil americanos chamada “ ’A Diamond is Forever’ and Other Fairy Tales: The Relationship between Wedding Expenses and Marriage Duration ” (“Diamantes são para sempre e outros contos de fadas: A relação entre gastos com a cerimônia de casamento e sua duração – em tradução livre).
O que a pesquisa mostrou? Vamos lá: Casais que gastam mais de vinte mil dólares na festa de casamento (fora o custo das alianças) apresentam uma possibilidade de se divorciarem 46% acima da média de divórcios. Casais que gastaram entre dez a vinte mil dólares têm chance de divórcio 29% acima da média.
Já os casais que gastaram pouco têm uma possibilidade de se divorciarem abaixo da média. Aqueles que gastam entre mil a cinco mil dólares têm 18% a menos de chance de se divorciarem que a média, e aqueles que gastaram menos de mil dólares (também não vamos ser tão miseráveis!) aparentemente formam os casais mais sólidos, com uma probabilidade de divórcios 53% abaixo da média.
Como tudo no mundo das ciências sociais, é difícil saber com certeza o que causa esse efeito, mas os pesquisadores creditam grande parte desses fracassos no casamento ao stress financeiro causado por uma festa cara, que gera grandes dívidas e, em algum momento, conflitos que levam à ruptura.
É algo a se considerar. Antes de se casarem, as pessoas devem refletir e se perguntar o que é o casamento: se é uma cerimônia ou se é a vida que vem depois dela. Muita gente acha que o casamento é apenas a cerimônia, e algumas pessoas sequer se dão ao trabalho de escolher um cônjuge “que preste” (imagine, então, pensar em planejamento financeiro…).
Se você vai casar e o seu comprometimento é com o sucesso do casamento (e não em impressionar outras pessoas com a grandiosidade da sua festa que, conforme-se, será superada por outra festa e possivelmente esquecida), não deixe as questões financeiras de lado e, mais importante que tudo, não comece a vida a dois com “o pé trocado” financeiramente.
Para alguém que escreve sobre finanças pessoais, como eu, é sempre gratificante falar sobre casamentos e dinheiro, pois é um assunto que parece não ter fim. O mais irônico é que as pessoas odeiam associar casamento, ou relacionamentos amorosos em geral, com dinheiro (exceto quando é para fazer maledicências ou insinuar que alguém deu o clássico golpe do baú; aí o pessoal adora!), mas é incrível a quantidade de casamentos que acaba por causa de dinheiro (ou mais frequentemente, da falta dele).
Casamento é um assunto “campeão de audiência” no universo das finanças pessoais. O assunto “gestão financeira do casal” sempre rende muita polêmica (como, por exemplo, o velho dilema “conta conjunta ou contas separadas?”), mas muito se fala também dos preparativos financeiros para a festa de casamento, a lua de mel… Enfim, aqueles eventos que servem como rito de passagem.
Eu costumo dizer, quando me perguntam, que “casamento” não é a cerimônia, e sim aquilo que vem depois dela (e que, presume-se, deve durar “até que a morte separe” os dois cônjuges). Por isso, recomendo que procurem “pegar leve” nos gastos e que, principalmente, não façam dívidas, pois entrar nessa nova fase da vida com “novas dívidas” não é exatamente um bom começo.
Costumo ser criticado quando faço esse tipo de recomendação. Ouço coisas como “você não é nada romântico”, “tem que entender que festa de casamento é uma coisa irracional”, “é uma ocasião muito importante para se pensar em economizar dinheiro” e outras coisas. Eu acabo, muitas vezes, aceitando os argumentos (sou facilmente vencível pelo cansaço…), mas não mudo minhas convicções.
Mas, enfim, a ajuda chegou! No mês passado, dois pesquisadores do departamento de economia da Emory University, nos Estados Unidos, publicaram uma pesquisa feita com três mil americanos chamada “ ’A Diamond is Forever’ and Other Fairy Tales: The Relationship between Wedding Expenses and Marriage Duration ” (“Diamantes são para sempre e outros contos de fadas: A relação entre gastos com a cerimônia de casamento e sua duração – em tradução livre).
O que a pesquisa mostrou? Vamos lá: Casais que gastam mais de vinte mil dólares na festa de casamento (fora o custo das alianças) apresentam uma possibilidade de se divorciarem 46% acima da média de divórcios. Casais que gastaram entre dez a vinte mil dólares têm chance de divórcio 29% acima da média.
Já os casais que gastaram pouco têm uma possibilidade de se divorciarem abaixo da média. Aqueles que gastam entre mil a cinco mil dólares têm 18% a menos de chance de se divorciarem que a média, e aqueles que gastaram menos de mil dólares (também não vamos ser tão miseráveis!) aparentemente formam os casais mais sólidos, com uma probabilidade de divórcios 53% abaixo da média.
Como tudo no mundo das ciências sociais, é difícil saber com certeza o que causa esse efeito, mas os pesquisadores creditam grande parte desses fracassos no casamento ao stress financeiro causado por uma festa cara, que gera grandes dívidas e, em algum momento, conflitos que levam à ruptura.
É algo a se considerar. Antes de se casarem, as pessoas devem refletir e se perguntar o que é o casamento: se é uma cerimônia ou se é a vida que vem depois dela. Muita gente acha que o casamento é apenas a cerimônia, e algumas pessoas sequer se dão ao trabalho de escolher um cônjuge “que preste” (imagine, então, pensar em planejamento financeiro…).
Se você vai casar e o seu comprometimento é com o sucesso do casamento (e não em impressionar outras pessoas com a grandiosidade da sua festa que, conforme-se, será superada por outra festa e possivelmente esquecida), não deixe as questões financeiras de lado e, mais importante que tudo, não comece a vida a dois com “o pé trocado” financeiramente.