Grandes empresas e startups fazem o casamento perfeito
Qualquer relação entre companhias precisa ser muito bem pensada, estudada e ser baseada em valores e objetivos similares
Janaína Ribeiro
Publicado em 3 de setembro de 2020 às 17h41.
Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 19h17.
O mundo empresarial é repleto de incertezas. Não existe nenhuma fórmula de bolo para conseguir montar uma empresa de sucesso e nem um caminho único para fazê-la crescer. Se alguém te prometer uma solução mágica, fuja que esta pessoa é picareta.
Uma das regras fundamentais desta caminhada, porém, é escolher bem os seus parceiros. Se você já buscou um sócio, você sabe o quanto isso é importante. Entre empresas que se associam, é tanto quanto. Qualquer relação entre companhias precisa ser muito bem pensada, estudada e ser baseada em valores e objetivos similares.
Dou um exemplo muito claro: hoje, com a Singu, eu me junto à Natura , a empresa brasileira com o maior alcance global e com décadas de sucesso. Eu sou a prova do imenso legado da companhia, que permitiu que minha avó tivesse renda própria e pagasse pela minha educação. Ao garantir renda para mulheres, tanto Singu quanto Natura possuem o mesmo efeito social empoderador. Então dividimos valores e objetivos iguais.
Essas uniões permitem que construamos negócios muito maiores do que faríamos se estivéssemos sozinhos. Hoje, eu estou em posição para ajudar essa gigante do capitalismo brasileiro a digitalizar suas operações e crescer em escala ainda maior. A Natura consegue um novo canal de venda com as artistas da Singu, que também é beneficiada pela exposição maior junto com as consultoras Natura. Uma clara relação de ganha-ganha.
Juntar-se para crescer
Essa história da Natura com a Singu é uma em tantas outras. Grandes empresas e startups podem ser grandes aliadas, com investimentos, smart money ou M&A (do inglês, para fusões e aquisições). Essa última opção é muito interessante e é cada vez mais usada também no mercado brasileiro, muito embora ainda esteja aquém das movimentações dos Estados Unidos.
Partimos do pressuposto que a startup é muito mais ágil que a grande empresa listada em Bolsa em termos de alocação de capital, por não possuir estruturas burocráticas, como boards, e não ter que prestar resultados trimestrais. Então é natural que a grande empresa olhe para a startup como uma forma fácil, rápida e validada de criar um novo canal de vendas (Natura e Singu), atingir um novo público (XP Investimentos e Rico/Clear) ou começar a prestar um novo serviço (como Apple ao comprar a Mobeewave).
Uma grande empresa nem sempre necessariamente possui os recursos dentro de casa para criar as soluções que ela precisa organicamente, e mesmo que tenha, parcerias e aquisições são fundamentais para reduzir o risco. Ao trazer uma startup para dentro, você traz algo que já funciona e já está em andamento, reduzindo o tempo de execução também.
As empresas mais valiosas do mundo, no topo do S&P 500, como Google e Amazon, fazem aquisições mais do que para compor o caixa da empresa, mas também para aumentar o seu plantel de talentos. Elas compram startups para compor capital humano, que é chamado atualmente de acquihiring, para que elas consigam continuar a dar os próximos passos necessários de crescimento.
É um jeito de trazer gente boa, pois as grandes empresas sabem que são os bons executores que fazem o sucesso de uma companhia. Uma ideia genial não vale nada sem uma boa execução, então por que não buscar jovens talentos que estão tendo sucesso em suas startups e se mostrando bons no que fazem?
Mais um ponto é a possibilidade de entrar em novos mercados por meio de aquisições. Muitas multinacionais, como a própria Natura, possuem estratégias de expansão global através da aquisição de outras empresas em mercados selecionados. Além de trazer o know-how cultural para operar em um lugar que você não conhece, esse tipo de aquisição reduz o tempo de entrada e o atrito.
Trazer um novo sócio
É importante a grande empresa entender que dá para entrar neste mundo e fazer aquisições de startups sem ter, necessariamente, que fazer grandes gastos. Vale a pena pensar em equity swap para muitos casos, fazendo um valuation das duas empresas e uma troca proporcional de ações entre vocês, que passam a ser sócios. Se vocês são sociedades anônimas, é possível fazer isso. Numa operação assim, é comum que você só tenha que ter o gasto dos advogados.
M&A é uma forma muito interessante de garantir o crescimento da sua empresa. Muitas vezes, além do pagamento em dinheiro, o acionista da startup que está sendo adquirida recebe uma quantidade de ações da grande empresa que ele pode vender em datas determinadas. E ele continua a trabalhar na empresa-mãe, muitas vezes chefiando sua antiga empresa que pode virar um departamento ou uma subsidiária, o que garante o alinhamento e a geração de riqueza para todos.
Um caso notório é o Instagram, comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão logo antes da abertura de capital. Muita gente se perguntava se esse valor fazia sentido na época. Olhando para trás, você diria que isso foi um preço muito caro para o Facebook? Claro que não, a percepção que você tem é certamente de que o Mark Zuckerberg fez um excelente negócio!
Trilha do sucesso
Mas o que é cultura? O que é a gestão moderna? Você está preparado? Não adianta olhar para fusões e aquisições com startups se você não tem noção de nada nesse mundo. Aí é capaz que você faça um negócio muito ruim para sua empresa.
Estudar, aprender, entender sobre o seu negócio, sobre seu setor, é fundamental para o sucesso. Eu e meus sócios no Gestão 4.0 já vimos centenas de empresários brasileiros que estavam completamente perdidos em relação a tudo isso. Não estavam preparados para dar esses passos por puro desconhecimento, não por falta de capacidade ou recursos.
Então nós pegamos eles pela mão e treinamos, ensinamos o que eles precisam saber para entrar de vez neste mundo. Sem a picaretagem das empresas que te tentam vender terras mágicas e soluções mirabolantes. Não tem trajetória fácil para o sucesso.
Tudo que você pode saber de antemão, porém, é que nada surge se não for do trabalho duro, disciplina, resiliência e dedicação ao que você faz. Essa certeza é tão grande quanto a morte ou os impostos.
O mundo empresarial é repleto de incertezas. Não existe nenhuma fórmula de bolo para conseguir montar uma empresa de sucesso e nem um caminho único para fazê-la crescer. Se alguém te prometer uma solução mágica, fuja que esta pessoa é picareta.
Uma das regras fundamentais desta caminhada, porém, é escolher bem os seus parceiros. Se você já buscou um sócio, você sabe o quanto isso é importante. Entre empresas que se associam, é tanto quanto. Qualquer relação entre companhias precisa ser muito bem pensada, estudada e ser baseada em valores e objetivos similares.
Dou um exemplo muito claro: hoje, com a Singu, eu me junto à Natura , a empresa brasileira com o maior alcance global e com décadas de sucesso. Eu sou a prova do imenso legado da companhia, que permitiu que minha avó tivesse renda própria e pagasse pela minha educação. Ao garantir renda para mulheres, tanto Singu quanto Natura possuem o mesmo efeito social empoderador. Então dividimos valores e objetivos iguais.
Essas uniões permitem que construamos negócios muito maiores do que faríamos se estivéssemos sozinhos. Hoje, eu estou em posição para ajudar essa gigante do capitalismo brasileiro a digitalizar suas operações e crescer em escala ainda maior. A Natura consegue um novo canal de venda com as artistas da Singu, que também é beneficiada pela exposição maior junto com as consultoras Natura. Uma clara relação de ganha-ganha.
Juntar-se para crescer
Essa história da Natura com a Singu é uma em tantas outras. Grandes empresas e startups podem ser grandes aliadas, com investimentos, smart money ou M&A (do inglês, para fusões e aquisições). Essa última opção é muito interessante e é cada vez mais usada também no mercado brasileiro, muito embora ainda esteja aquém das movimentações dos Estados Unidos.
Partimos do pressuposto que a startup é muito mais ágil que a grande empresa listada em Bolsa em termos de alocação de capital, por não possuir estruturas burocráticas, como boards, e não ter que prestar resultados trimestrais. Então é natural que a grande empresa olhe para a startup como uma forma fácil, rápida e validada de criar um novo canal de vendas (Natura e Singu), atingir um novo público (XP Investimentos e Rico/Clear) ou começar a prestar um novo serviço (como Apple ao comprar a Mobeewave).
Uma grande empresa nem sempre necessariamente possui os recursos dentro de casa para criar as soluções que ela precisa organicamente, e mesmo que tenha, parcerias e aquisições são fundamentais para reduzir o risco. Ao trazer uma startup para dentro, você traz algo que já funciona e já está em andamento, reduzindo o tempo de execução também.
As empresas mais valiosas do mundo, no topo do S&P 500, como Google e Amazon, fazem aquisições mais do que para compor o caixa da empresa, mas também para aumentar o seu plantel de talentos. Elas compram startups para compor capital humano, que é chamado atualmente de acquihiring, para que elas consigam continuar a dar os próximos passos necessários de crescimento.
É um jeito de trazer gente boa, pois as grandes empresas sabem que são os bons executores que fazem o sucesso de uma companhia. Uma ideia genial não vale nada sem uma boa execução, então por que não buscar jovens talentos que estão tendo sucesso em suas startups e se mostrando bons no que fazem?
Mais um ponto é a possibilidade de entrar em novos mercados por meio de aquisições. Muitas multinacionais, como a própria Natura, possuem estratégias de expansão global através da aquisição de outras empresas em mercados selecionados. Além de trazer o know-how cultural para operar em um lugar que você não conhece, esse tipo de aquisição reduz o tempo de entrada e o atrito.
Trazer um novo sócio
É importante a grande empresa entender que dá para entrar neste mundo e fazer aquisições de startups sem ter, necessariamente, que fazer grandes gastos. Vale a pena pensar em equity swap para muitos casos, fazendo um valuation das duas empresas e uma troca proporcional de ações entre vocês, que passam a ser sócios. Se vocês são sociedades anônimas, é possível fazer isso. Numa operação assim, é comum que você só tenha que ter o gasto dos advogados.
M&A é uma forma muito interessante de garantir o crescimento da sua empresa. Muitas vezes, além do pagamento em dinheiro, o acionista da startup que está sendo adquirida recebe uma quantidade de ações da grande empresa que ele pode vender em datas determinadas. E ele continua a trabalhar na empresa-mãe, muitas vezes chefiando sua antiga empresa que pode virar um departamento ou uma subsidiária, o que garante o alinhamento e a geração de riqueza para todos.
Um caso notório é o Instagram, comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão logo antes da abertura de capital. Muita gente se perguntava se esse valor fazia sentido na época. Olhando para trás, você diria que isso foi um preço muito caro para o Facebook? Claro que não, a percepção que você tem é certamente de que o Mark Zuckerberg fez um excelente negócio!
Trilha do sucesso
Mas o que é cultura? O que é a gestão moderna? Você está preparado? Não adianta olhar para fusões e aquisições com startups se você não tem noção de nada nesse mundo. Aí é capaz que você faça um negócio muito ruim para sua empresa.
Estudar, aprender, entender sobre o seu negócio, sobre seu setor, é fundamental para o sucesso. Eu e meus sócios no Gestão 4.0 já vimos centenas de empresários brasileiros que estavam completamente perdidos em relação a tudo isso. Não estavam preparados para dar esses passos por puro desconhecimento, não por falta de capacidade ou recursos.
Então nós pegamos eles pela mão e treinamos, ensinamos o que eles precisam saber para entrar de vez neste mundo. Sem a picaretagem das empresas que te tentam vender terras mágicas e soluções mirabolantes. Não tem trajetória fácil para o sucesso.
Tudo que você pode saber de antemão, porém, é que nada surge se não for do trabalho duro, disciplina, resiliência e dedicação ao que você faz. Essa certeza é tão grande quanto a morte ou os impostos.