Um conselho para este ano: não imponha a sua velocidade a ninguém
Em vez disso, inspire quem você quer ao lado a entregar o melhor que puder e ofereça apoio
fabianaoliveirarh
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 08h30.
Durante algum tempo trabalhei na área de desenvolvimento de uma grande montadora. Costumava chegar cedo e, assim que ouvia o sinal do início do expediente, descia para a oficina de protótipos. Lá estavam sendo realizados testes em um veículo pelo qual eu era responsável. Invariavelmente, eu saía de lá sempre um pouco frustrado porque tudo era muito demorado. Serviços que poderiam ser realizados em minutos demoravam horas. A minha ansiedade me corroía.
Era muito ruim ver que o trabalho não evoluia da maneira como eu considerava possível porque eu me julgava um profissional bastante empenhado. Em geral, no dia a dia, eu resolvia os problemas de forma bastante rápida. Além disso, havia contribuído para diversas melhorias relacionadas à qualidade da área. Mantinha o foco em produzir mais e mais rápido. Acreditava que essa era a minha obrigação. Nas reuniões de feedback sempre procurava uma crítica para poder evoluir.
Um dia, porém, eu descobri que o que atrapalhava a evolução dos meus projetos, principalmente aqueles que eu dependia da ajuda de outras pessoas, era a ansiedade que andava ao lado da minha eficiência. Soube disso ao ouvir do meu gestor a seguinte frase que me marcou para sempre: “Você está impondo a sua velocidade aos outros em vez de convidar as pessoas a andarem em um ritmo mais rápido”. Acho que foi após aquela conversa que eu aprendi que feedback merece reflexão e não contestação.
Meu gestor da época considerou que meu excesso de foco em resolver os desafios relacionados ao veículo fazia com que eu não prestasse atenção às pessoas que estavam ao redor dele. A minha imagem entre os profissionais da oficina era de uma pessoa arrogante que não se dignava a cumprimentar os colegas de trabalho. Como reflexo disso, quando iam trabalhar no meu veículo, não faziam questão nenhuma de serem rápidos.
Assim que mudei minha postura, vi o trabalho deslanchar. Comecei a perceber e conhecer melhor as pessoas, entender as características de cada uma delas e me aproximar mais para que elas entendessem as minhas necessidades de cumprimento dos prazos e como elas eram importantes para que eu alcançasse os resultados. Mas preciso revelar que levei uns dois anos para conseguir desfazer a imagem antipática que construí em pouco tempo.
Dentro de uma organização, ninguém é uma ilha. Sempre precisamos uns dos outros, ainda que seja apenas em ações pontuais. Sem contar que o organograma de uma empresa e do mercado em geral é bastante vivo. Seu parceiro de trabalho de hoje pode ser o seu chefe amanhã, na companhia onde estão ou em outra qualquer. Então, não crie barreiras que possam dificultar a sua jornada em algum momento.
Para finalizar, gostaria de propor algumas reflexões: Como você tem agido com seus colegas de trabalho? Você se considera uma pessoa acessível e aberta a auxiliar o outro? É muito importante deixar as portas do companheirismo destrancadas. Nunca sabemos onde vamos ter que bater.
Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half e escritor do livro Para quem está na chuva…..e não quer se molhar. Disponível para compra na Amazon ( https://www.amazon.com.br/Para-quem-est%C3%A1-chuva-molhar-ebook/dp/B08JQNL47Q/ref=tmm_kin_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr= )
Durante algum tempo trabalhei na área de desenvolvimento de uma grande montadora. Costumava chegar cedo e, assim que ouvia o sinal do início do expediente, descia para a oficina de protótipos. Lá estavam sendo realizados testes em um veículo pelo qual eu era responsável. Invariavelmente, eu saía de lá sempre um pouco frustrado porque tudo era muito demorado. Serviços que poderiam ser realizados em minutos demoravam horas. A minha ansiedade me corroía.
Era muito ruim ver que o trabalho não evoluia da maneira como eu considerava possível porque eu me julgava um profissional bastante empenhado. Em geral, no dia a dia, eu resolvia os problemas de forma bastante rápida. Além disso, havia contribuído para diversas melhorias relacionadas à qualidade da área. Mantinha o foco em produzir mais e mais rápido. Acreditava que essa era a minha obrigação. Nas reuniões de feedback sempre procurava uma crítica para poder evoluir.
Um dia, porém, eu descobri que o que atrapalhava a evolução dos meus projetos, principalmente aqueles que eu dependia da ajuda de outras pessoas, era a ansiedade que andava ao lado da minha eficiência. Soube disso ao ouvir do meu gestor a seguinte frase que me marcou para sempre: “Você está impondo a sua velocidade aos outros em vez de convidar as pessoas a andarem em um ritmo mais rápido”. Acho que foi após aquela conversa que eu aprendi que feedback merece reflexão e não contestação.
Meu gestor da época considerou que meu excesso de foco em resolver os desafios relacionados ao veículo fazia com que eu não prestasse atenção às pessoas que estavam ao redor dele. A minha imagem entre os profissionais da oficina era de uma pessoa arrogante que não se dignava a cumprimentar os colegas de trabalho. Como reflexo disso, quando iam trabalhar no meu veículo, não faziam questão nenhuma de serem rápidos.
Assim que mudei minha postura, vi o trabalho deslanchar. Comecei a perceber e conhecer melhor as pessoas, entender as características de cada uma delas e me aproximar mais para que elas entendessem as minhas necessidades de cumprimento dos prazos e como elas eram importantes para que eu alcançasse os resultados. Mas preciso revelar que levei uns dois anos para conseguir desfazer a imagem antipática que construí em pouco tempo.
Dentro de uma organização, ninguém é uma ilha. Sempre precisamos uns dos outros, ainda que seja apenas em ações pontuais. Sem contar que o organograma de uma empresa e do mercado em geral é bastante vivo. Seu parceiro de trabalho de hoje pode ser o seu chefe amanhã, na companhia onde estão ou em outra qualquer. Então, não crie barreiras que possam dificultar a sua jornada em algum momento.
Para finalizar, gostaria de propor algumas reflexões: Como você tem agido com seus colegas de trabalho? Você se considera uma pessoa acessível e aberta a auxiliar o outro? É muito importante deixar as portas do companheirismo destrancadas. Nunca sabemos onde vamos ter que bater.
Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half e escritor do livro Para quem está na chuva…..e não quer se molhar. Disponível para compra na Amazon ( https://www.amazon.com.br/Para-quem-est%C3%A1-chuva-molhar-ebook/dp/B08JQNL47Q/ref=tmm_kin_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr= )