Trabalho híbrido: prós e contras desse modelo de operação
Avaliar a experiência de líderes e liderados nesse momento de quebra de paradigmas é um ótimo caminho para transitar nessa nova tendência do mercado de trabalho
Publicado em 22 de janeiro de 2021 às, 08h30.
Acredito que o trabalho híbrido já se tornou parte do mercado de trabalho. Esta também é a opinião de 91% dos 387 líderes entrevistados durante a elaboração da 14ª edição do Índice de Confiança Robert Half. A força desse modelo de operação está na oportunidade de otimização de investimentos por parte das empresas e na possibilidade de oferecer aos profissionais a tão sonhada qualidade de vida. Além disso, ele não promove o completo afastamento físico da equipe, pois apenas flexibiliza a jornada. Com as práticas corretas, julgo que é possível manter ou aumentar a produtividade e o engajamento do time.
Como acredito que o home office permanente não é uma boa opção e, como já afirmei em outras oportunidades, fico mais confortável diante da opção de mesclar o trabalho presencial com o remoto. A questão é que toda mudança vem acompanhada por desafios. Alguns se apresentam apenas no período de adaptação, enquanto outros se tornam parte do novo cenário. Com a chegada desse novo modelo de trabalho não será diferente.
Os desafios da gestão no modelo híbrido de trabalho
Eu me desenvolvi muito como pessoa e profissional no ano de 2020. Para você ter uma pequena ideia dos paradigmas que precisei quebrar, basta que eu te conte que foi nele que eu experimentei o home office pela primeira vez na carreira, depois de mais de 20 anos no mercado de trabalho. Como líder, também precisei me reinventar. Aqui na Robert Half, apesar de acreditarmos muito no poder do olho no olho no dia a dia e durante os processos seletivos, nos vimos obrigados a migrar a operação nos mais de 300 escritórios ao redor do mundo para o modelo remoto. Conseguimos, mas não dá para negar que foi desafiador.
Mapeando a opinião de outros líderes do mercado, me deparei com outros desafios da gestão no trabalho híbrido que também me preocupam, como manter a cultura da organização viva e evitar ruídos de comunicação entre membros da equipe. A aquisição ou adequação de ferramentas tecnológicas também têm tirado o sono de muitos gestores - menos (ou em escala bem inferior), claro, daqueles que já vinham entendendo a tecnologia como uma importante solução no dia a dia em período de crise.
Trabalho híbrido pede maturidade dos profissionais
Poder trabalhar nas dependências da organização ou de qualquer lugar do mundo, apenas com a responsabilidade de cumprir o que foi combinado nos dá uma sensação única de liberdade. Porém, não podemos esquecer que a autonomia é uma conquista. Nunca podemos perder a oportunidade de mostrar aos nossos líderes que eles não precisam praticar uma gestão sufocante, com o micro gerenciamento. Para você saber se tem agido da forma correta nesse período de trabalho remoto, faça uma avaliação do seu desempenho com relação aos quatro principais desafios dos profissionais nesse momento: organização e planejamento das tarefas; proximidade com a equipe; manutenção do nível de produtividade; e autogestão.
Aos olhos do seu líder ou longe dele, tenha boas práticas para não ser mais um na multidão. Muitos de nós aproveitaram o ano passado para entender como gerenciar crises. Agora é hora de provar que estamos prontos para enfrentar o que ainda está por vir e continuar contribuindo para a prosperidade dos negócios, independentemente da nossa localização geográfica em relação à organização na qual trabalhamos.
Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half e autor do livro Para quem está na chuva…..e não quer se molhar. Disponível para compra na Amazon (https://www.amazon.com.br/Para-quem-est%C3%A1-chuva-molhar-ebook/dp/B08JQNL47Q/ref=tmm_kin_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=)