Por que investir em você é a melhor estratégia para crescer na carreira
Hoje, a principal dificuldade das empresas no preenchimento de vagas é a ausência das habilidades técnicas necessárias
Publicado em 5 de novembro de 2021 às, 08h30.
Última atualização em 8 de novembro de 2021 às, 10h32.
Nunca é cedo ou tarde de mais para aprender, principalmente em um mundo em constante transformação como o que estamos vivendo hoje. Isso, tanto na vida pessoal quanto profissional. Mas, no mundo corporativo, essa afirmação é ainda mais verdadeira, o que vem atribuindo força ao conceito “life long learning”, termo em inglês para a educação contínua.
Na prática, isso quer dizer que a educação formal deve ser apenas parte da formação de um profissional. Para se destacar entre os demais e realmente contribuir para o sucesso de equipes, projetos ou organizações, o ideal é que, ao longo de toda a jornada, essa pessoa assuma as rédeas da própria carreira, dando passos planejados e mantendo atenção às próprias necessidades de qualificação e requalificação, ou, como tem ressoado no mercado de trabalho, de upskilling e reskilling.
Vou te sugerir quatro bons motivos para olhar com mais atenção para o seu processo de autodesenvolvimento:
1) Há escassez de mão de obra qualificada
Quase metade (49%) dos recrutadores ouvidos no último Índice de Confiança Robert Half afirmou que, durante um processo de recrutamento, a principal dificuldade de suas organizações está relacionada ao fato de que os candidatos não contam com as habilidades técnicas necessárias para a posição. A situação se agrava ainda mais quando os melhores talentos do mercado estão empregados, de acordo com a percepção de 43% dos respondentes.
2) Com qualificação, você irá produzir melhor
Um dos principais benefícios de apostar na qualificação e requalificação é o aumento da produtividade. Posso garantir que essa é uma percepção tanto dos empregadores quanto dos colaboradores. Mas para investir tempo, esforço e recursos financeiros no desenvolvimento das habilidades certas, é importante que o profissional faça um mapeamento das necessidades do cargo atual, da área de atuação, da empresa e do mercado. Lembre-se, sempre de acordo com o seu plano de carreira.
3) É possível que você tenha um melhor desempenho nos processos seletivos
Processos seletivos sólidos, principalmente aqueles que envolvem recrutamento especializado, têm como pré-requisito analisar e validar as reais competências e habilidades técnicas e comportamentais dos profissionais, independentemente das informações listadas no currículo. Nesse processo, os recrutadores se valem tanto de testes práticos quanto de busca de referências sobre o profissional, com antigos pares de trabalho de diferentes níveis hierárquicos.
4) Você terá mais chance dentro (ou fora) da organização na qual atua
Em organizações maduras, é comum que se faça o mapeamento periódico dos colaboradores aptos a crescer e se desenvolver internamente. Aqui, falo não apenas sobre ocupar cargos mais elevados ou participar de processos de sucessão, mas também sobre assumir novos projetos ou até mesmo trocar de área. Em resumo: tem sempre alguém de olho em você. Ainda que não sinta que o seu atual líder esteja te valorizando, pode ser que um potencial empregador já tenha te notado.
É sempre bem-vindo e positivo quando uma organização apoia o desenvolvimento de seus colaboradores, o que também contribui com as estratégias de atração e retenção de talentos, seja patrocinando cursos ou oferecendo flexibilidade de horário para que os estudos se encaixem melhor na rotina. Mas sugiro que você não se limite a isso e evite terceirizar qualquer responsabilidade relacionada à sua vida ou carreira. Afinal, como li recentemente no livro Um Trabalho para Amar, da The School of Life, “não ter um plano sólido nos deixa à mercê dos planos dos outros”.
Aqui neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar