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O presente do planeta

Recentes tragédias ambientais demandam atenção das empresas à agenda ESG

Recentes tragédias ambientais demandam atenção das empresas à agenda ESG   (Florian PLAUCHEUR/AFP)
Recentes tragédias ambientais demandam atenção das empresas à agenda ESG (Florian PLAUCHEUR/AFP)

Em junho comemora-se o mês do meio ambiente e, mais do que nunca, precisamos refletir sobre esse tema, que não diz respeito somente ao futuro, mas ao presente. Tocado profundamente pela tragédia no Rio Grande do Sul, reforço que já passou da hora de agirmos com mais responsabilidade e consciência em prol da preservação do planeta.  

A crise climática tem dado o seu recado, trazendo consequências gravíssimas com a devastação de comunidades, de espécies e de negócios. Cabe a nós, coletivamente e individualmente, endereçar respostas a esse cenário, que só tende a se tornar mais complicado se nada for feito.  

Parte do desafio está no fato de que as empresas estão no centro da solução, visto que os processos produtivos impactam diretamente, e em grande escala, a qualidade e a disponibilidade de recursos naturais. E como elas têm pensado e agido em relação a essa pauta? 

A 26ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) abordou o tema e acendeu um sinal de alerta. Quando perguntados sobre as maiores preocupações dos gestores em 2024, a agenda ESG foi mencionada por apenas 9% dos recrutadores, situando-se no último lugar do ranking. Os desafios mais citados foram: lucratividade (48%), produtividade (45%), retenção de profissionais (41%), bem-estar, saúde mental e qualidade de vida (30%) e atração de talentos (30%).  

Gostaria de frisar que esses cinco primeiros colocados são absolutamente pertinentes e extremamente relevantes para o sucesso das corporações. Diante de um cenário econômico complexo, eles se tornam ainda mais centrais, com poder de interferir na prosperidade e na continuidade dos negócios. 

Dito isso, é preciso lembrar que sem ar, água e solo em condições adequadas para a vida humana e animal, colocamos em risco o TOP 5 temas apontado acima. Fenômenos climáticos extremos, como os que vêm acontecendo com cada vez mais frequência, inviabilizam atividades econômicas, abalam a produtividade, trazem doenças físicas e mentais, entre outros prejuízos. 

Além disso, as gerações mais novas valorizam companhias nas quais a agenda ESG é praticada com seriedade. A falta de iniciativas em favor da sustentabilidade é compreendida como falta de compromisso com a sociedade e o meio ambiente, e quem gostaria de vincular o currículo a uma marca com essas características? 

A integração dos critérios ESG no ambiente de negócios é urgente. Esforços como redução de emissões de carbono, conservação de fauna e flora, e atendimento às demandas e necessidades de comunidades locais devem receber atenção e investimentos das organizações o quanto antes.

As vantagens do ESG para as empresas

A agenda ESG não deve ser encarada, entretanto, como um ônus, uma obrigação ou estratégia de marketing. Muito pelo contrário, dedicar-se a ela traz diversas vantagens para as empresas. A seguir, compartilho algumas delas:

- Performance: companhias com projetos de cunho ambiental e social são mais reconhecidas e admiradas pelo mercado. Com isso, fortalecem sua marca e imagem, o que se traduz em perspectivas de crescimento e melhor desempenho financeiro;

- Atração e retenção de talentos: atuar em uma organização que tenha um propósito social e ambiental é o sonho de muitos profissionais. As iniciativas ESG não apenas incrementam o currículo, mas dão um significado maior e especial ao trabalho, reduzindo o turnover e aumentando o interesse de candidatos;

- Engajamento: estar em uma empresa que respeita e valoriza o meio ambiente e a sociedade fortalece a percepção de que os funcionários também serão respeitados e valorizados. Um clima organizacional positivo e saudável melhora, automaticamente, o nível de engajamento de todos.

Ao lado das inúmeras oportunidades atreladas ao ESG, é possível observar,  ainda, um nicho de mercado que já surgiu com ele e deve se expandir cada vez mais. Profissionais capacitados para planejar, implementar, gerir e mensurar iniciativas de ESG e seus resultados serão bastante requisitados.

O potencial de crescimento de atividades e funções ligadas ao ESG é imenso. Como se vê, não faltam muitos e bons motivos para abraçar essa causa, que atinge a todos nós.

Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks. 

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar