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O poder do ambiente de trabalho na tomada de decisão profissional

Como a saúde mental e o bem-estar estão moldando a retenção de talentos no mundo corporativo

O poder do ambiente de trabalho na tomada de decisão profissional (Getty Images/Reprodução)

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 08h30.

As taxas de desemprego atingiram níveis historicamente baixos no último trimestre. Considerando apenas a mão de obra qualificada, o índice gira em torno de 3,5%. Em um cenário de mercado extremamente competitivo, empresas que negligenciam a importância de ambientes saudáveis correm o risco de perder talentos valiosos. Atualmente, a fuga de ambientes de trabalho tóxicos está entre as principais razões pelas quais profissionais decidem mudar de emprego.

O Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado ontem, 10 de outubro, nos lembra da urgência em amadurecer as discussões sobre a criação de ambientes que priorizam o bem-estar emocional das equipes, sem deixar de garantir alta performance. Ciente dessa relevância, a Robert Half, em parceria com The School of Life, lança anualmente o estudo “Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho”.

A 5ª edição, divulgada no último mês, explora como as questões de saúde mental influenciam diretamente a relação entre líderes e subordinados. Um dado que chama a atenção é que cerca de três em cada dez profissionais — tanto líderes quanto liderados — foram diagnosticados com algum transtorno de saúde mental nos últimos doze meses.

O impacto desse cenário é evidente: profissionais emocionalmente abalados tendem a apresentar menor engajamento e produtividade, além de estarem mais propensos a deixar a empresa em busca de ambientes que equilibrem melhor trabalho e saúde.

O ambiente de trabalho como fator decisivo

A pesquisa também revela que, embora 94% dos gestores afirmem adotar práticas para se conectar com suas equipes, como conversas informais e feedbacks construtivos, ainda há um déficit na percepção dos liderados. Mais de um terço (36%) dos colaboradores não sente proximidade com seus líderes diretos, e 18% relatam que essa falta de conexão afeta negativamente seu desempenho, motivação e engajamento no trabalho.

Quando um profissional decide permanecer ou sair de uma empresa, essa escolha muitas vezes está ligada ao nível de satisfação com o ambiente e à boa (ou má) relação com as lideranças. As condições emocionais e psicológicas dos profissionais têm se destacado como fatores críticos na retenção de talentos, tornando essencial que as empresas não só entreguem resultados excelentes, mas também criem ambientes psicologicamente seguros.

A importância das políticas de saúde mental

Políticas voltadas ao bem-estar emocional têm impacto direto na construção de uma cultura corporativa sólida e, além disso, melhoram significativamente a produtividade. Profissionais que se sentem apoiados em suas jornadas tendem a se engajar mais em suas tarefas, contribuindo para melhores resultados empresariais.

Diante desses desafios, compartilho algumas práticas que podem ser implementadas:

  1. Liderança empática: Incentivar líderes a desenvolverem uma escuta ativa e empática, promovendo uma cultura de apoio. Programas de treinamento voltados para inteligência emocional podem ajudar a alinhar as práticas de gestão às necessidades emocionais das equipes;
  2. Flexibilidade e equilíbrio: Promover políticas de trabalho flexíveis, que permitam ao colaborador equilibrar sua vida pessoal e profissional, como o trabalho híbrido e jornadas flexíveis;
  3. Cultura de diálogo: Incentivar uma cultura onde colaboradores sintam-se à vontade para discutir questões emocionais e pedir ajuda quando necessário, sem medo de retaliação;
  4. Programas de apoio psicológico: Oferecer acesso a serviços de apoio psicológico, como consultas com psicólogos ou terapias, além de palestras e workshops sobre saúde mental;
  5. Espaços de descompressão: Criar áreas dentro do ambiente de trabalho onde os colaboradores possam relaxar e fazer pausas curtas, reduzindo o estresse diário.

Após o Setembro Amarelo e agora o Dia Mundial da Saúde Mental, é fundamental que as empresas assumam um papel ativo na criação de ambientes que respeitem os limites emocionais das pessoas. Felicidade e bem-estar, mais do que modismos, são fatores essenciais para a retenção de talentos. Empresas que priorizam o cuidado integral de seus profissionais colhem os frutos de uma força de trabalho mais engajada, produtiva e leal.

A chave para o futuro do trabalho está em ambientes onde líderes e liderados possam crescer e contribuir de maneira sustentável. Não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas de sucesso empresarial.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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O Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado ontem, 10 de outubro, nos lembra da urgência em amadurecer as discussões sobre a criação de ambientes que priorizam o bem-estar emocional das equipes, sem deixar de garantir alta performance. Ciente dessa relevância, a Robert Half, em parceria com The School of Life, lança anualmente o estudo “Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho”.

A 5ª edição, divulgada no último mês, explora como as questões de saúde mental influenciam diretamente a relação entre líderes e subordinados. Um dado que chama a atenção é que cerca de três em cada dez profissionais — tanto líderes quanto liderados — foram diagnosticados com algum transtorno de saúde mental nos últimos doze meses.

O impacto desse cenário é evidente: profissionais emocionalmente abalados tendem a apresentar menor engajamento e produtividade, além de estarem mais propensos a deixar a empresa em busca de ambientes que equilibrem melhor trabalho e saúde.

O ambiente de trabalho como fator decisivo

A pesquisa também revela que, embora 94% dos gestores afirmem adotar práticas para se conectar com suas equipes, como conversas informais e feedbacks construtivos, ainda há um déficit na percepção dos liderados. Mais de um terço (36%) dos colaboradores não sente proximidade com seus líderes diretos, e 18% relatam que essa falta de conexão afeta negativamente seu desempenho, motivação e engajamento no trabalho.

Quando um profissional decide permanecer ou sair de uma empresa, essa escolha muitas vezes está ligada ao nível de satisfação com o ambiente e à boa (ou má) relação com as lideranças. As condições emocionais e psicológicas dos profissionais têm se destacado como fatores críticos na retenção de talentos, tornando essencial que as empresas não só entreguem resultados excelentes, mas também criem ambientes psicologicamente seguros.

A importância das políticas de saúde mental

Políticas voltadas ao bem-estar emocional têm impacto direto na construção de uma cultura corporativa sólida e, além disso, melhoram significativamente a produtividade. Profissionais que se sentem apoiados em suas jornadas tendem a se engajar mais em suas tarefas, contribuindo para melhores resultados empresariais.

Diante desses desafios, compartilho algumas práticas que podem ser implementadas:

  1. Liderança empática: Incentivar líderes a desenvolverem uma escuta ativa e empática, promovendo uma cultura de apoio. Programas de treinamento voltados para inteligência emocional podem ajudar a alinhar as práticas de gestão às necessidades emocionais das equipes;
  2. Flexibilidade e equilíbrio: Promover políticas de trabalho flexíveis, que permitam ao colaborador equilibrar sua vida pessoal e profissional, como o trabalho híbrido e jornadas flexíveis;
  3. Cultura de diálogo: Incentivar uma cultura onde colaboradores sintam-se à vontade para discutir questões emocionais e pedir ajuda quando necessário, sem medo de retaliação;
  4. Programas de apoio psicológico: Oferecer acesso a serviços de apoio psicológico, como consultas com psicólogos ou terapias, além de palestras e workshops sobre saúde mental;
  5. Espaços de descompressão: Criar áreas dentro do ambiente de trabalho onde os colaboradores possam relaxar e fazer pausas curtas, reduzindo o estresse diário.

Após o Setembro Amarelo e agora o Dia Mundial da Saúde Mental, é fundamental que as empresas assumam um papel ativo na criação de ambientes que respeitem os limites emocionais das pessoas. Felicidade e bem-estar, mais do que modismos, são fatores essenciais para a retenção de talentos. Empresas que priorizam o cuidado integral de seus profissionais colhem os frutos de uma força de trabalho mais engajada, produtiva e leal.

A chave para o futuro do trabalho está em ambientes onde líderes e liderados possam crescer e contribuir de maneira sustentável. Não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas de sucesso empresarial.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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