O perigo da zona de conforto
Manter-se em uma posição segura por muito tempo pode atrapalhar o crescimento profissional e a capacidade de enfrentar desafios
Colunista
Publicado em 20 de outubro de 2023 às 06h00.
Comemorado oficialmente em 31 de outubro, o Halloween vem dando as caras ao longo do mês. Escolas, empresas, prédios e estabelecimentos comerciais celebram o Dia das Bruxas por várias semanas, atraindo a atenção de todas as faixas etárias, de crianças a adultos.
Por que tanta gente gosta dessa data? Imagino que seja pelo fato de ela brincar com algo que é universal: o medo. Quem não teme nada que atire a primeira mentira!
Medo de mudar, de aprender, de crescer, de se arriscar, de falhar. A lista do que nos assusta é imensa e se modifica ao longo da vida. Andar de bicicleta era fácil na infância, mas pode ser motivo de receio na velhice. Assim como falar em público podia ser assustador na juventude e se tornar um prazer na maturidade.
O medo tem muitas facetas e ninguém está livre dele. Ao mesmo tempo em que serve de alerta para situações de perigo e convoca a nossa cautela, ele também nos lembra da importância de investir na coragem para enfrentá-lo.
O universo corporativo é um dos campeões de momentos assustadores. Uma apresentação para um público considerável, um prazo apertado, uma promoção, uma nova tecnologia, uma mudança de empresa e o risco de demissão são alguns deles. Quem trabalha sabe: dificilmente encerramos o expediente sem ter experimentado algum tipo de receio ou frio na barriga ao longo do dia.
O desafio de lidar com pressão, expectativas, divergências e conflitos nas organizações é complicado e, sim, pode se tornar insalubre se não for devidamente administrado. Não raramente, alguns profissionais trocam de empresas várias vezes até descobrir que o problema não era o lugar, o chefe ou os colegas, mas a ansiedade inerente ao ato de trabalhar.
Não é à toa que a maioria de nós, quando encontra uma zona de conforto, seja ela algum tipo de atividade, cargo ou empresa, quer ficar ali para sempre. Vou ser estraga-prazeres: não acredito em zona de conforto. Por mais tranquilo e controlado que um momento pareça, de repente ele pode mudar, piorar, melhorar, exigindo uma nova visão e atitude profissional. Viver é impreciso.
Para se manter profissionalmente relevante e atualizado, é imprescindível crescer e melhorar continuamente. O mundo muda, nossa área de trabalho e empresa também. Alguém que seja guiado pelo medovai evitar o desconhecido e as mudanças. Infelizmente, esse é o caminho mais curto para perder oportunidades ou ser surpreendido por uma demissão.Como enfrentar o medo? Especialistas em autodesenvolvimento apontam uma trilha que envolve quatro etapas: 1) zona de conforto, na qual nos sentimos em segurança, até que surja algo inesperado; 2) zona do medo, na qual tendemos a ficar paralisados ou pensar em alternativas; 3) zona de aprendizado, na qual nos propomos a obter ferramentas para atingir a quarta zona; e 4) zona de crescimento, na qual podemos utilizar nossos potenciais para mudar e evoluir. Nas zonas 3 e 4 é interessante recorrer a treinamentos, mentoria, livros especializados, boasconversas, psicoterapia, entre outros recursos que apoiem uma mudança.
Como os líderes podem ajudar
As lideranças são importantes coadjuvantes na jornada de crescimento dos times. Um bom ponto de partida é realizar uma avaliação de desempenho, para mapear onde o profissional está em termos de bagagem técnica e comportamental. A partir dessa compreensão é possível estabelecer uma estratégia de evolução.
No dia a dia, também é necessário que os líderes contribuam para esse processo, acompanhando e incentivando o crescimento dos liderados. A seguir, cito algumas medidas valiosas para atingir esse objetivo:
- proximidade – tenha momentos reservados com cada integrante daequipe, visando conhecer melhor seus pontos fortes e fracos. Estar perto permite que cada um seja ajudado individualmente, o que acaba melhorando o time como um todo;
- aprendizado – é obrigatório estimular os funcionários a aprender continuamente. Além de oferecer cursos e verba para tanto, a empresa pode premiar talentos com a participação em conferências ou promover o job rotation;
- comunicação – mostre com clareza e regularmente o papel de cada integrante da equipe, enfatizando as expectativas e a missão dos profissionais. As conquistas de resultados sempre são um bom motivo para comemorar;
- interação – crie oportunidades para que o time troque conhecimento e experiência entre seus membros ou mesmo com outros departamentos. Esse pode ser um modo agradável de estreitar vínculos e ter uma visão mais abrangente da organização.
Há inúmeras receitas para encarar o medo e agir. O principal é descobrir que estratégia é mais adequada ao seu perfil e adotar uma atitude positiva diante desse sentimento tão difícil. As empresas e lideranças podem ser grandes parceiras nessa jornada, mas o protagonismo é seu.
Aqui, neste blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
Comemorado oficialmente em 31 de outubro, o Halloween vem dando as caras ao longo do mês. Escolas, empresas, prédios e estabelecimentos comerciais celebram o Dia das Bruxas por várias semanas, atraindo a atenção de todas as faixas etárias, de crianças a adultos.
Por que tanta gente gosta dessa data? Imagino que seja pelo fato de ela brincar com algo que é universal: o medo. Quem não teme nada que atire a primeira mentira!
Medo de mudar, de aprender, de crescer, de se arriscar, de falhar. A lista do que nos assusta é imensa e se modifica ao longo da vida. Andar de bicicleta era fácil na infância, mas pode ser motivo de receio na velhice. Assim como falar em público podia ser assustador na juventude e se tornar um prazer na maturidade.
O medo tem muitas facetas e ninguém está livre dele. Ao mesmo tempo em que serve de alerta para situações de perigo e convoca a nossa cautela, ele também nos lembra da importância de investir na coragem para enfrentá-lo.
O universo corporativo é um dos campeões de momentos assustadores. Uma apresentação para um público considerável, um prazo apertado, uma promoção, uma nova tecnologia, uma mudança de empresa e o risco de demissão são alguns deles. Quem trabalha sabe: dificilmente encerramos o expediente sem ter experimentado algum tipo de receio ou frio na barriga ao longo do dia.
O desafio de lidar com pressão, expectativas, divergências e conflitos nas organizações é complicado e, sim, pode se tornar insalubre se não for devidamente administrado. Não raramente, alguns profissionais trocam de empresas várias vezes até descobrir que o problema não era o lugar, o chefe ou os colegas, mas a ansiedade inerente ao ato de trabalhar.
Não é à toa que a maioria de nós, quando encontra uma zona de conforto, seja ela algum tipo de atividade, cargo ou empresa, quer ficar ali para sempre. Vou ser estraga-prazeres: não acredito em zona de conforto. Por mais tranquilo e controlado que um momento pareça, de repente ele pode mudar, piorar, melhorar, exigindo uma nova visão e atitude profissional. Viver é impreciso.
Para se manter profissionalmente relevante e atualizado, é imprescindível crescer e melhorar continuamente. O mundo muda, nossa área de trabalho e empresa também. Alguém que seja guiado pelo medovai evitar o desconhecido e as mudanças. Infelizmente, esse é o caminho mais curto para perder oportunidades ou ser surpreendido por uma demissão.Como enfrentar o medo? Especialistas em autodesenvolvimento apontam uma trilha que envolve quatro etapas: 1) zona de conforto, na qual nos sentimos em segurança, até que surja algo inesperado; 2) zona do medo, na qual tendemos a ficar paralisados ou pensar em alternativas; 3) zona de aprendizado, na qual nos propomos a obter ferramentas para atingir a quarta zona; e 4) zona de crescimento, na qual podemos utilizar nossos potenciais para mudar e evoluir. Nas zonas 3 e 4 é interessante recorrer a treinamentos, mentoria, livros especializados, boasconversas, psicoterapia, entre outros recursos que apoiem uma mudança.
Como os líderes podem ajudar
As lideranças são importantes coadjuvantes na jornada de crescimento dos times. Um bom ponto de partida é realizar uma avaliação de desempenho, para mapear onde o profissional está em termos de bagagem técnica e comportamental. A partir dessa compreensão é possível estabelecer uma estratégia de evolução.
No dia a dia, também é necessário que os líderes contribuam para esse processo, acompanhando e incentivando o crescimento dos liderados. A seguir, cito algumas medidas valiosas para atingir esse objetivo:
- proximidade – tenha momentos reservados com cada integrante daequipe, visando conhecer melhor seus pontos fortes e fracos. Estar perto permite que cada um seja ajudado individualmente, o que acaba melhorando o time como um todo;
- aprendizado – é obrigatório estimular os funcionários a aprender continuamente. Além de oferecer cursos e verba para tanto, a empresa pode premiar talentos com a participação em conferências ou promover o job rotation;
- comunicação – mostre com clareza e regularmente o papel de cada integrante da equipe, enfatizando as expectativas e a missão dos profissionais. As conquistas de resultados sempre são um bom motivo para comemorar;
- interação – crie oportunidades para que o time troque conhecimento e experiência entre seus membros ou mesmo com outros departamentos. Esse pode ser um modo agradável de estreitar vínculos e ter uma visão mais abrangente da organização.
Há inúmeras receitas para encarar o medo e agir. O principal é descobrir que estratégia é mais adequada ao seu perfil e adotar uma atitude positiva diante desse sentimento tão difícil. As empresas e lideranças podem ser grandes parceiras nessa jornada, mas o protagonismo é seu.
Aqui, neste blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar