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O futuro da Geração Y

Já escrevi algumas vezes aqui sobre a geração Y, sua falta de paciência quando falamos de carreira e a dificuldade de receber feedbacks negativos, se interessando muito nas suas qualidades, mas focando pouco nos pontos que precisam ser melhorados e aprendidos, menosprezando a importância do empirismo. As qualidades e defeitos da geração – como em qualquer geração – estão sendo muito discutidos hoje. Porém, hoje quero colocar uma reflexão aqui […] Leia mais

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Fernando Mantovani — Sua Carreira, Sua Gestão

Publicado em 22 de junho de 2012 às, 15h04.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h24.

Já escrevi algumas vezes aqui sobre a geração Y, sua falta de paciência quando falamos de carreira e a dificuldade de receber feedbacks negativos, se interessando muito nas suas qualidades, mas focando pouco nos pontos que precisam ser melhorados e aprendidos, menosprezando a importância do empirismo.

As qualidades e defeitos da geração – como em qualquer geração – estão sendo muito discutidos hoje. Porém, hoje quero colocar uma reflexão aqui sobre o futuro da geração Y. Composta por pessoas que foram criadas vendo os pais chegando tarde em casa, trabalhando muito e se sacrificando constantemente pela carreira e com conceitos diferentes de qualidade de vida – até pela época em que viveram e vivem, além da forma como foram criados – os executivos de hoje da geração Y sabem o valor de se ter qualidade de vida sob esta nova ótica e lutam por um futuro diferente dos pais. Querem ganhar dinheiro mais rápido para depois aproveitarem a vida. Falta pensar que, em média, viverão mais e ninguém aguenta fica sem ter o que fazer muito tempo.

E agora que vemos os primeiros dessa geração chegando a cargos de gestão, o quanto que esse novo pensamento vai impactar na rotina das organizações? Será que mudanças significativas acontecerão no ambiente corporativo? Essa “filosofia de vida” é realmente aplicável no dia a dia sem deixar produtividade e metas caírem? Muitos atingiram os cargos desejados, ou estão nesta direção, mas poucos ainda estão preparados para lidar com as responsabilidades – e eu diria até contradições – da função.

Sinceramente não acredito que alguém consiga dar A resposta para essas perguntas, mas o fato é que há falta de mão de obra no país, a exigência das empresas e acionistas destas empresas por resultados maiores e melhores mais rapidamente é crescente e o acesso a informação evolui ainda em taxas exponenciais. Que o modelo da relação empregado/empregador sofrerá grande impacto nos próximos anos ou décadas ninguém discorda. Com uma geração em busca por qualidade vida é necessário pensar em aumento da produtividade e não em carga de trabalho. No entanto, o fato é que resultados precisam ser entregues e prazos cumpridos. Os responsáveis por essa entrega terão que fazê-lo e isto pode fazer com que algumas crenças ou desejos sejam relegados pelo “way of life” de uma sociedade expressivamente capitalista. Não tenho a resposta, mas deixo a provocação: quem terá de se adaptar?