SANTOS, BRAZIL - JANUARY 31: Neymar Jr. speaks during a press conference after his unveiling as the new player of Santos at Urbano Caldeira Stadium (Vila Belmiro) on January 31, 2025 in Santos, Brazil. The Brazilian striker returns to his boyhood club, 12 years after he first left to join Barcelona. (Photo by Mauro Horita/Getty Images) (Mauro Horita/Getty Images)
Colunista
Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 08h30.
Nas últimas semanas, o possível retorno de Neymar ao futebol brasileiro dominou os noticiários esportivos. Agora confirmada, a recontratação remete a um conceito que ultrapassa os gramados: o "profissional bumerangue". Assim como no esporte, no mundo corporativo é comum que profissionais retornem a empresas onde já trabalharam, atraídos por novas oportunidades, desafios ou conexões emocionais.
Contudo, mesmo que o ambiente pareça familiar, o retorno exige planejamento estratégico para garantir o sucesso nesta nova etapa. Quando bem estruturado, o "efeito bumerangue" pode ser altamente vantajoso, tanto para o colaborador quanto para a organização. Entretanto, o retorno não é necessariamente simples. Assim como Neymar encontrará um Santos completamente diferente daquele que deixou em 2013, profissionais que decidem voltar a uma empresa precisam estar preparados para lidar com mudanças naturais ao processo de evolução.
Aos empregadores, recontratar ex-funcionários traz benefícios claros, como o conhecimento prévio da cultura organizacional e a redução do tempo de adaptação. Aos profissionais, a volta representa uma chance de aplicar aprendizados adquiridos em outros contextos, assumir novos desafios e contribuir de forma mais madura. No entanto, esse cenário só será positivo se houver compreensão sobre o que mudou – tanto na organização quanto no próprio colaborador. Para quem está avaliando uma oportunidade de retorno, algumas reflexões e preparações são fundamentais:
Uma prática que acompanha essa tendência, e já vem ganhando destaque no exterior, é o desenvolvimento de “programas de ex-alunos corporativos” para manter o vínculo com antigos funcionários. Essas comunidades, formais ou informais, permitem que as empresas cultivem relacionamentos mutuamente benéficos com ex-colaboradores, que podem, eventualmente, retornar no futuro. Se bem aproveitadas, essas iniciativas podem ampliar a base de clientes em potencial, gerar indicações qualificadas, criar oportunidades de negócios e fortalecer a reputação da empresa no mercado.
Enquanto Neymar Jr abraçou a oportunidade de escrever um novo capítulo em sua história no Santos, profissionais bumerangue têm a chance de reinventar suas trajetórias em um ambiente que, embora conhecido, traz novos desafios e oportunidades. Em ambos os casos, o sucesso depende de preparação, adaptabilidade e um compromisso com propósitos claros.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar