De olho na produtividade
Sentimento de segurança entre profissionais, captado por pesquisa da Robert Half, contribui para lideranças turbinarem desempenho dos times
Colunista
Publicado em 7 de julho de 2023 às 08h03.
Uma das boas notícias trazidas pela 24ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) é o sentimento de segurança dos trabalhadores em relação ao emprego. Lançado em junho e cobrindo o segundo trimestre do ano, o ICRH ouviu1.161 profissionais qualificados, entre empregados, desempregados e recrutadores, para mapear a percepção deles sobre o mercado de trabalho e o cenário econômico. O resultado chama a atenção, pois a pesquisa identificou a predominância de uma visão pessimista em relação a outros aspectos.
De acordo com os profissionais entrevistados, atualmente 57% deles estão seguros quanto à manutenção dos seus empregos, o que representa um incremento de 2 pp em relação ao último período avaliado (janeiro a março). Quando questionados sobre os próximos seis meses, 67% imaginam que a situação deve se manter igual e 13% esperam que haverá até um aumento nessa confiança.
Sentir-se seguro no trabalho significa muito mais do que ter uma visão otimista sobre a empresa ou a própria carreira. A sensação de que uma situação profissional está sob controle impacta positivamente a saúde física e mental, o bem-estar, a qualidade de vida e, claro, a performance. O inverso também é verdadeiro. Um momento considerado imprevisível e ameaçador nos deixa em permanente estado de alerta, roubando o foco, a disposição, a sanidade e por aí vai.
Note que a percepção de segurança não necessariamente reflete as condições externas de temperatura e pressão, mas um estado de ânimo interno. Essa distinção vale perfeitamente para esse recorte do ICRH. Na prática, os números relativos ao desemprego tiveram uma ligeira piora.
Segundo o ICRH, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados foi de 4,1% no primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a taxa está 1,2 pp mais baixa, mas 0,3 pp maior que a registrada no trimestre passado. Embora seja historicamente baixo, o número quebra uma longa sequência de queda dos índices de desocupação nessa categoria.
A somatória desses dados aparentemente contraditórios – sentimento de segurança e aumento do nível de desemprego – é um excelente motivo para as organizações concentrarem esforços em aumentar a produtividade dos times. Por um lado, a segurança facilita a adesão às iniciativas no sentido de aprimorar o desempenho. Por outro, ter um time produtivo garante que uma eventual crise econômica seja atravessada com menos riscos e danos para empregados e empregadores.
Melhorar performance requer estratégia
Para transformar a intenção de turbinar o desempenho das equipes em resultados concretos é necessário planejar e agir. A seguir, descrevo algumas medidas fundamentais nesse processo:
- A nálise da situação atual – é básico medir o antes e depois de um processo de incremento de produtividade. Estabeleça métricas e parâmetros para esse monitoramento, além de objetivos e prazos para o ponto de chegada desejado;
- O papel da tecnologia – sistemas que auxiliem na organização, comunicação e execução de tarefas são muito bem-vindos, pois reduzem as demandas simples e dão mais tempo para as demandas complexas, que fazem diferença no resultado final;
- L ideranças inspiradoras – o engajamento de um time depende de um líder aberto ao diálogo, ético, parceiro,que saiba confiar em seus liderados, estimulando a autonomia e a responsabilidade de todos;
- M omentos de descontração – programar atividades leves e descontraídas para as equipes confraternizarem ajuda a compensar os momentos de pressão e a reconhecer as conquistas obtidas, além de manter todos mais unidos;
- A prendizado contínuo – oferecer cursos, treinamento e tudo o que possa agregar conhecimento e experiência ao time é fundamental para melhorar o desempenho.
Uma armadilha na qual muitos líderes caem ao buscar um aumento de produtividade é confundir confiança com controle. Controlar excessivamente os liderados costuma reduzir a produtividade, pois todos acabam mais dependentes dos gestores, com receio de críticas, de represálias e de ter iniciativa. Isso sem contar os efeitos da péssima sensação de se sentir vigiado o tempo todo.
É claro que alguns processos e/ou funcionários novos precisam ser acompanhados de perto no início. No entanto, tão relevante quanto esse cuidado é saber valorizar as qualidades do time e delegar tarefas e responsabilidades. Só assim todos podem aprender, evoluir e contribuir cada vez mais para o sucesso individual e da empresa.
Aqui, neste blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
Uma das boas notícias trazidas pela 24ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) é o sentimento de segurança dos trabalhadores em relação ao emprego. Lançado em junho e cobrindo o segundo trimestre do ano, o ICRH ouviu1.161 profissionais qualificados, entre empregados, desempregados e recrutadores, para mapear a percepção deles sobre o mercado de trabalho e o cenário econômico. O resultado chama a atenção, pois a pesquisa identificou a predominância de uma visão pessimista em relação a outros aspectos.
De acordo com os profissionais entrevistados, atualmente 57% deles estão seguros quanto à manutenção dos seus empregos, o que representa um incremento de 2 pp em relação ao último período avaliado (janeiro a março). Quando questionados sobre os próximos seis meses, 67% imaginam que a situação deve se manter igual e 13% esperam que haverá até um aumento nessa confiança.
Sentir-se seguro no trabalho significa muito mais do que ter uma visão otimista sobre a empresa ou a própria carreira. A sensação de que uma situação profissional está sob controle impacta positivamente a saúde física e mental, o bem-estar, a qualidade de vida e, claro, a performance. O inverso também é verdadeiro. Um momento considerado imprevisível e ameaçador nos deixa em permanente estado de alerta, roubando o foco, a disposição, a sanidade e por aí vai.
Note que a percepção de segurança não necessariamente reflete as condições externas de temperatura e pressão, mas um estado de ânimo interno. Essa distinção vale perfeitamente para esse recorte do ICRH. Na prática, os números relativos ao desemprego tiveram uma ligeira piora.
Segundo o ICRH, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, a taxa de desemprego dos profissionais qualificados foi de 4,1% no primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a taxa está 1,2 pp mais baixa, mas 0,3 pp maior que a registrada no trimestre passado. Embora seja historicamente baixo, o número quebra uma longa sequência de queda dos índices de desocupação nessa categoria.
A somatória desses dados aparentemente contraditórios – sentimento de segurança e aumento do nível de desemprego – é um excelente motivo para as organizações concentrarem esforços em aumentar a produtividade dos times. Por um lado, a segurança facilita a adesão às iniciativas no sentido de aprimorar o desempenho. Por outro, ter um time produtivo garante que uma eventual crise econômica seja atravessada com menos riscos e danos para empregados e empregadores.
Melhorar performance requer estratégia
Para transformar a intenção de turbinar o desempenho das equipes em resultados concretos é necessário planejar e agir. A seguir, descrevo algumas medidas fundamentais nesse processo:
- A nálise da situação atual – é básico medir o antes e depois de um processo de incremento de produtividade. Estabeleça métricas e parâmetros para esse monitoramento, além de objetivos e prazos para o ponto de chegada desejado;
- O papel da tecnologia – sistemas que auxiliem na organização, comunicação e execução de tarefas são muito bem-vindos, pois reduzem as demandas simples e dão mais tempo para as demandas complexas, que fazem diferença no resultado final;
- L ideranças inspiradoras – o engajamento de um time depende de um líder aberto ao diálogo, ético, parceiro,que saiba confiar em seus liderados, estimulando a autonomia e a responsabilidade de todos;
- M omentos de descontração – programar atividades leves e descontraídas para as equipes confraternizarem ajuda a compensar os momentos de pressão e a reconhecer as conquistas obtidas, além de manter todos mais unidos;
- A prendizado contínuo – oferecer cursos, treinamento e tudo o que possa agregar conhecimento e experiência ao time é fundamental para melhorar o desempenho.
Uma armadilha na qual muitos líderes caem ao buscar um aumento de produtividade é confundir confiança com controle. Controlar excessivamente os liderados costuma reduzir a produtividade, pois todos acabam mais dependentes dos gestores, com receio de críticas, de represálias e de ter iniciativa. Isso sem contar os efeitos da péssima sensação de se sentir vigiado o tempo todo.
É claro que alguns processos e/ou funcionários novos precisam ser acompanhados de perto no início. No entanto, tão relevante quanto esse cuidado é saber valorizar as qualidades do time e delegar tarefas e responsabilidades. Só assim todos podem aprender, evoluir e contribuir cada vez mais para o sucesso individual e da empresa.
Aqui, neste blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar