Benefícios importam (e muito)
Ir além do pacote básico, identificar e oferecer o que os colaboradores desejam é a regra de ouro para acertar nos incentivos
Colunista
Publicado em 14 de setembro de 2023 às 13h36.
Última atualização em 14 de setembro de 2023 às 13h41.
Os trabalhadores estão cada vez mais exigentes e preparados para avaliar a relevância dos benefícios oferecidos pelas empresas. Por isso mesmo, os pacotes tradicionais, que envolvem assistência médica e vale-refeição, há muito tempo são percebidos como o mínimo a ser proporcionado, ou seja, não são um diferencial que faça os olhos brilhar.
Mais do que uma extensão do salário, os incentivos são considerados uma solução importante para diferentes problemas, como ter um bom plano odontológico, incentivos para atividades físicas ou horário flexível para levar os filhos à escola. Sem esse “a mais”, que não é apenas em quantidade, mas também em qualidade e criatividade, é certo que os times sentirão falta de uma oferta realmente atrativa.
Ouso dizer que os benefícios devem ganhar destaque especial no atual panorama. Muitos empregadores estão voltando ou já voltaram ao trabalho presencial integral, o que está longe de ser a preferência dos empregados, já que a maioria destes valoriza os modelos flexíveis e não gostaria de abrir mão dessas alternativas. Diante desse conflito de interesses, ter um cardápio de benefícios robusto fará muita diferença para atrair e reter talentos. Na prática, o que as empresas têm oferecido e o que os profissionais esperam? Para responder a essa pergunta, a Robert Half lançou recentemente a edição de 2023 de sua pesquisa anual de benefícios, com a participação de 1.161 profissionais.
De acordo com o estudo, 40% das empresas fizeram mudanças em seus pacotes de incentivos ao longo do último ano. Essa porcentagem indica um esforço das companhias em acertar e os resultados desse movimento são positivos. Tanto empresas quanto profissionais têm, de certa forma, convergido em suas expectativas, conferindo uma nota média de sete pontos para a avaliação da cesta de auxílios oferecidos.
Ainda assim, o desencontro entre as partes é notável e deve inspirar reflexão dentro das empresas. Conforme a pesquisa, neste ano, 74% dos profissionais ainda gostariam de ver mudanças nos auxílios oferecidos por seus contratantes. Apesar de o número ser alto, houve um decréscimo de 3 pontos percentuais em relação à última sondagem.
Quase a totalidade (97%) dos profissionais empregados entrevistados afirma levar os auxílios corporativos em consideração para aceitar, ou não, uma proposta de emprego. Entre eles, 51% disseram que, caso benefícios julgados importantes não forem oferecidos, buscariam a negociação de um salário mais alto. Já entre os desempregados, 93% dizem avaliar os incentivos antes do aceite e 43% deles negociariam melhor o salário a depender dos auxílios ofertados.
Em uma relação elaborada com os dez benefícios mais oferecidos pelas empresas e os dez mais esperados pelos profissionais, as discrepâncias ficam por conta de aportes na previdência, carro para uso profissional e particular e auxílio-estudo. Esses três itens estão entre os top 10 dos empregados e não aparecem no cardápio das companhias.
Outros atrativos importantes Nunca é demais lembrar que, ao lado dos benefícios, há outras expectativas em jogo quando se trata de atender aos anseios dos profissionais e manter o time engajado. Em diversas pesquisas já realizadas pela Robert Half, alguns pontos se sobressaem repetidamente. Entre eles, gostaria de reforçar: - evolução – é primordial para a maioria dos trabalhadores ter perspectivas concretas de ascensão, em cargo e salário, na empresa onde trabalham ou vão trabalhar;
- imagem – atuar em uma organização que seja reconhecida e admirada pelo público é algo que vem se equiparando à importância da remuneração, pois valoriza o “passe” do profissional no mercado;
- qualidade de vida – nada é mais esperado hoje pelos trabalhadores do que boas condições para equilibrar as atividades pessoais e profissionais. Horários e modelos de trabalho flexíveis são essenciais;
- ambiente – ter relações positivas com colegas, lideranças e com a empresa como um todo é básico para manter a tão preciosa saúde mental em dia. Um clima organizacional no qual há respeito, empatia e cordialidade facilita a convivência.
O sucesso de um pacote de benefícios está intrinsecamente ligado ao mapeamento prévio das necessidades e dos anseios das equipes. Nossa pesquisa deixa essa questão evidente. Enquanto as empresas consideram o atendimento psicológico um serviço valioso, esse item nem sequer é citado como prioritário pelos profissionais. Conhecer bem os times e alinhar as expectativas é o segredo para alcançar bons resultados.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.
*Por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
Os trabalhadores estão cada vez mais exigentes e preparados para avaliar a relevância dos benefícios oferecidos pelas empresas. Por isso mesmo, os pacotes tradicionais, que envolvem assistência médica e vale-refeição, há muito tempo são percebidos como o mínimo a ser proporcionado, ou seja, não são um diferencial que faça os olhos brilhar.
Mais do que uma extensão do salário, os incentivos são considerados uma solução importante para diferentes problemas, como ter um bom plano odontológico, incentivos para atividades físicas ou horário flexível para levar os filhos à escola. Sem esse “a mais”, que não é apenas em quantidade, mas também em qualidade e criatividade, é certo que os times sentirão falta de uma oferta realmente atrativa.
Ouso dizer que os benefícios devem ganhar destaque especial no atual panorama. Muitos empregadores estão voltando ou já voltaram ao trabalho presencial integral, o que está longe de ser a preferência dos empregados, já que a maioria destes valoriza os modelos flexíveis e não gostaria de abrir mão dessas alternativas. Diante desse conflito de interesses, ter um cardápio de benefícios robusto fará muita diferença para atrair e reter talentos. Na prática, o que as empresas têm oferecido e o que os profissionais esperam? Para responder a essa pergunta, a Robert Half lançou recentemente a edição de 2023 de sua pesquisa anual de benefícios, com a participação de 1.161 profissionais.
De acordo com o estudo, 40% das empresas fizeram mudanças em seus pacotes de incentivos ao longo do último ano. Essa porcentagem indica um esforço das companhias em acertar e os resultados desse movimento são positivos. Tanto empresas quanto profissionais têm, de certa forma, convergido em suas expectativas, conferindo uma nota média de sete pontos para a avaliação da cesta de auxílios oferecidos.
Ainda assim, o desencontro entre as partes é notável e deve inspirar reflexão dentro das empresas. Conforme a pesquisa, neste ano, 74% dos profissionais ainda gostariam de ver mudanças nos auxílios oferecidos por seus contratantes. Apesar de o número ser alto, houve um decréscimo de 3 pontos percentuais em relação à última sondagem.
Quase a totalidade (97%) dos profissionais empregados entrevistados afirma levar os auxílios corporativos em consideração para aceitar, ou não, uma proposta de emprego. Entre eles, 51% disseram que, caso benefícios julgados importantes não forem oferecidos, buscariam a negociação de um salário mais alto. Já entre os desempregados, 93% dizem avaliar os incentivos antes do aceite e 43% deles negociariam melhor o salário a depender dos auxílios ofertados.
Em uma relação elaborada com os dez benefícios mais oferecidos pelas empresas e os dez mais esperados pelos profissionais, as discrepâncias ficam por conta de aportes na previdência, carro para uso profissional e particular e auxílio-estudo. Esses três itens estão entre os top 10 dos empregados e não aparecem no cardápio das companhias.
Outros atrativos importantes Nunca é demais lembrar que, ao lado dos benefícios, há outras expectativas em jogo quando se trata de atender aos anseios dos profissionais e manter o time engajado. Em diversas pesquisas já realizadas pela Robert Half, alguns pontos se sobressaem repetidamente. Entre eles, gostaria de reforçar: - evolução – é primordial para a maioria dos trabalhadores ter perspectivas concretas de ascensão, em cargo e salário, na empresa onde trabalham ou vão trabalhar;
- imagem – atuar em uma organização que seja reconhecida e admirada pelo público é algo que vem se equiparando à importância da remuneração, pois valoriza o “passe” do profissional no mercado;
- qualidade de vida – nada é mais esperado hoje pelos trabalhadores do que boas condições para equilibrar as atividades pessoais e profissionais. Horários e modelos de trabalho flexíveis são essenciais;
- ambiente – ter relações positivas com colegas, lideranças e com a empresa como um todo é básico para manter a tão preciosa saúde mental em dia. Um clima organizacional no qual há respeito, empatia e cordialidade facilita a convivência.
O sucesso de um pacote de benefícios está intrinsecamente ligado ao mapeamento prévio das necessidades e dos anseios das equipes. Nossa pesquisa deixa essa questão evidente. Enquanto as empresas consideram o atendimento psicológico um serviço valioso, esse item nem sequer é citado como prioritário pelos profissionais. Conhecer bem os times e alinhar as expectativas é o segredo para alcançar bons resultados.
Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.
*Por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar