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Avanço da IA joga os holofotes sobre a cibersegurança: o que as empresas buscam nos profissionais

O crescimento do uso da inteligência artificial (IA) aumenta a demanda por especialistas em cibersegurança com habilidades estratégicas

 (prosegur/Divulgação)

(prosegur/Divulgação)

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 08h00.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 11h01.

Na era da transformação digital, a IA tem desempenhado um papel revolucionário, impulsionando a inovação em diversas indústrias. No entanto, seu avanço exponencial também gera novas ameaças, especialmente no campo da cibersegurança. A proximidade do Dia da Internet Segura nos incentiva a refletir sobre o impacto da inteligência artificial nesse cenário e a compreender como as empresas estão moldando suas estratégias para proteger suas operações.

A lógica é simples: o mesmo avanço da IA que facilita o desenvolvimento de ferramentas poderosas de automação também possibilita ataques cibernéticos mais sofisticados, como phishing inteligente, deepfakes e ransomware baseados em machine learning. Esse cenário acentua a necessidade de profissionais capacitados para antecipar, mitigar e responder a ameaças em constante evolução.

De acordo com o Guia Salarial 2025 da Robert Half, a procura por especialistas em cibersegurança está entre as mais aquecidas no mercado de tecnologia. Empregadores buscam profissionais que combinem um aprofundado conhecimento técnico com a capacidade de traduzir riscos complexos em estratégias compreensíveis para executivos e stakeholders.

Principais requisitos para os especialistas em cibersegurança: 

  • Certificações específicas: qualificações como ISO 27001–27002, CEH (Certified Ethical Hacker) e CompTIA Security+ são altamente valorizadas pelos recrutadores.
  • Conhecimento de ferramentas automatizadas: experiência com plataformas baseadas em IA para monitoramento de redes, análise de vulnerabilidades e resposta a incidentes é um diferencial significativo.
  • Domínio de proteção de dados: a aplicação de normas como o GDPR e a LGPD exigem que os profissionais atuem também na conformidade regulatória. 

Diferentemente do que se via há alguns anos, além das competências técnicas, empregadores valorizam também as skills comportamentais de cada profissional. A comunicação eficaz, por exemplo, não é mais um acessório. As empresas correm muitos riscos e precisam de pessoas capazes de traduzir e explicar o porquê de uma solução e não outra, o porquê de uma marca e não outra. São tomadas de decisão com alto impacto nos negócios, o que demanda diálogos estratégicos.

Para conquistar e manter profissionais de cibersegurança, por outro lado, muitas empresas têm adotado estratégias que vão além dos altos salários, que podem ultrapassar R$ 23.000 mensais. Entre as iniciativas, destacam-se:
 

  1. Flexibilidade no trabalho: modelos híbridos e remotos atraem talentos que priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  1. Treinamento contínuo: programas de desenvolvimento que atualizem habilidades técnicas em IA e cibersegurança mantêm os profissionais preparados para novos desafios.
  1. Cultura de inovação e segurança: ambientes que promovem inovação e valorizam a segurança tendem a conquistar maior lealdade dos colaboradores. 


Com a IA transformando o mercado em ritmo acelerado, a cibersegurança emerge como uma forte prioridade. O cenário demanda avaliação constante de estratégias, além de investimento em talentos capacitados, que garantam a proteção necessária para prosperar em um mundo cada vez mais digital. Seja no fortalecimento da infraestrutura tecnológica ou na qualificação das equipes, o compromisso com a segurança pode ser um dos mais fortes atributos das organizações do futuro.

Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar 

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