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Ambientes tóxicos: o papel do líder

Lideranças devem identificar e combater problemas que tornam ambiente de trabalho negativo

Reunião entre funcionários: (Shutterstock/Reprodução)

Publicado em 13 de outubro de 2023 às 08h00.

É impossível sentir-se feliz todos os dias do ano, mas a sensação de bem-estar precisa predominar em relação aos dias ruins. Não é necessário ser especialista para saber que, quando o desânimo e o pessimismo tomam conta da rotina, abrimos portas para transtornos como depressão, insônia, ansiedade, entre outros.

Quem não passou por isso certamente conhece alguém próximo que já passou. Isso porque as questões de saúde mental nunca estiveram tão disseminadas em nossa sociedade e boa parte desse cenário está relacionado ao estresse no trabalho.

A terceira edição do estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho,realizado pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, ajuda a clarear essa questão.Ouvimos 774 profissionais empregados, de diferentes regiões do Brasil, com 25 anos de idade ou mais e formação superior completa, sendo 387 líderes e 387 liderados.A pesquisa revela que 42,86% dos liderados entrevistados, quase metade da amostra, consideram o ambiente de trabalho tóxico como o principal fator para pedir demissão. Ou seja, mais do que salário, benefícios ou perspectivas de ascensão, sentir-se mal com o nível de pressão, os conflitos ou prazos é o que realmente pesa contra um emprego atualmente.

Outras razões citadas pelos participantes foram: falta de reconhecimento (percepção de 13,43% dos entrevistados), imposição de trabalho 100% presencial (13,14%), ausência de plano de carreira (8,86%) e pouco protagonismo (3,71%). É interessante observar a significativa distância entre o primeiro e segundo motivos: quase 30 pontos percentuais.

Sair da empresa é uma medida extrema, mas, antes disso, surgem outras dificuldades.De acordo com o estudo, nos últimos 12 meses, 44% dos líderes e 45% dos liderados afirmaram que deixaram de produzir ou se manter engajados em algum momento por estar emocionalmente abalados. Abaixa performance foi indicada por 37,19% dos líderes como a maior motivação para demissão.

Esse quadro mostra como se tornou importante zelar pelo bem-estar e qualidade de vida dos times, tanto pela empatia ao próximo quanto pelos resultados dos negócios. E nesse ponto surgemais um obstáculo identificado pela pesquisa: 61% dos liderados e 65% dos líderes acreditam que os gestores das empresas em que atuam não estão capacitados para acolher quem está com a saúde mental em xeque.

Um alento é saber que 19% dos gestores que indicaram essa falta de preparo disseram que, em suas empresas, essa capacitação deve ser iniciada até o fim de 2024. Lideranças sensíveis à temperatura emocional do escritório não só podem ajudar as equipes como também evitar gatilhos que levam uma empresa a se tornar tóxica. Relações desequilibradas, metas irreais ou regras excessivamente rígidas são alguns deles, entre tantos outros. Inteligência emocional das lideranças é fundamental

Ambientes que apoiam e acolhem os colaboradores estão entre os fatores mais importantes no trabalho para 65,70% dos líderes e 64,20% dos liderados ouvidos. Para perceber e ajudar quem precisa é indispensável ter inteligência emocional.

Esse conceito tão conhecido, e nem sempre praticado pelas lideranças, envolve a adoção de algumas atitudes. Entre elas, ressalto três que considero básicas para um bom gestor:

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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É impossível sentir-se feliz todos os dias do ano, mas a sensação de bem-estar precisa predominar em relação aos dias ruins. Não é necessário ser especialista para saber que, quando o desânimo e o pessimismo tomam conta da rotina, abrimos portas para transtornos como depressão, insônia, ansiedade, entre outros.

Quem não passou por isso certamente conhece alguém próximo que já passou. Isso porque as questões de saúde mental nunca estiveram tão disseminadas em nossa sociedade e boa parte desse cenário está relacionado ao estresse no trabalho.

A terceira edição do estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho,realizado pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, ajuda a clarear essa questão.Ouvimos 774 profissionais empregados, de diferentes regiões do Brasil, com 25 anos de idade ou mais e formação superior completa, sendo 387 líderes e 387 liderados.A pesquisa revela que 42,86% dos liderados entrevistados, quase metade da amostra, consideram o ambiente de trabalho tóxico como o principal fator para pedir demissão. Ou seja, mais do que salário, benefícios ou perspectivas de ascensão, sentir-se mal com o nível de pressão, os conflitos ou prazos é o que realmente pesa contra um emprego atualmente.

Outras razões citadas pelos participantes foram: falta de reconhecimento (percepção de 13,43% dos entrevistados), imposição de trabalho 100% presencial (13,14%), ausência de plano de carreira (8,86%) e pouco protagonismo (3,71%). É interessante observar a significativa distância entre o primeiro e segundo motivos: quase 30 pontos percentuais.

Sair da empresa é uma medida extrema, mas, antes disso, surgem outras dificuldades.De acordo com o estudo, nos últimos 12 meses, 44% dos líderes e 45% dos liderados afirmaram que deixaram de produzir ou se manter engajados em algum momento por estar emocionalmente abalados. Abaixa performance foi indicada por 37,19% dos líderes como a maior motivação para demissão.

Esse quadro mostra como se tornou importante zelar pelo bem-estar e qualidade de vida dos times, tanto pela empatia ao próximo quanto pelos resultados dos negócios. E nesse ponto surgemais um obstáculo identificado pela pesquisa: 61% dos liderados e 65% dos líderes acreditam que os gestores das empresas em que atuam não estão capacitados para acolher quem está com a saúde mental em xeque.

Um alento é saber que 19% dos gestores que indicaram essa falta de preparo disseram que, em suas empresas, essa capacitação deve ser iniciada até o fim de 2024. Lideranças sensíveis à temperatura emocional do escritório não só podem ajudar as equipes como também evitar gatilhos que levam uma empresa a se tornar tóxica. Relações desequilibradas, metas irreais ou regras excessivamente rígidas são alguns deles, entre tantos outros. Inteligência emocional das lideranças é fundamental

Ambientes que apoiam e acolhem os colaboradores estão entre os fatores mais importantes no trabalho para 65,70% dos líderes e 64,20% dos liderados ouvidos. Para perceber e ajudar quem precisa é indispensável ter inteligência emocional.

Esse conceito tão conhecido, e nem sempre praticado pelas lideranças, envolve a adoção de algumas atitudes. Entre elas, ressalto três que considero básicas para um bom gestor:

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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