Nasce uma Estrela: filme irá brilhar nos seus olhos e partir o seu coração
Longa estrelado por Lady Gaga e Bradley Cooper chega aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, 11 de outubro. Veja a crítica completa
Publicado em 11 de outubro de 2018 às, 06h09.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às, 06h09.
A história de "Nasce uma Estrela" já foi contada ao menos três vezes em diferentes décadas (1937, 1954 e 1976): uma estrela em ascensão cruza o caminho de outra, já na decadência. Ainda assim, ninguém, especialmente Hollywood, se cansa de ouvir novamente. Tanto não se cansa que ela ganha uma roupagem revigorante em 2018 na direção de Bradley Cooper, que protagoniza o longa com a cantora Lady Gaga. O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira, 11 de outubro.
“Nasce uma Estrela” conta a história do músico Jackson Maine (Cooper), um rockstar com anos de estrada e de vícios e que está sempre acompanhado pelo irmão mais velho, Bobby (Sam Elliott), que apaga os incêndios na sua vida. Após um show conturbado, regado à álcool e drogas, Jackson termina a noite em uma boate e conhece Ally (Lady Gaga), uma garçonete que sonha em ser cantora e que teme cantar as músicas próprias em público.
O encontro transforma a vida dos dois: enquanto ele recupera alguma vitalidade na carreira que já vinha descendendo, ela ganha confiança no seu talento e conhece a fama da noite para o dia. Coisas incríveis acontecem quando as personalidades sensíveis dos personagens se juntam. A química explosiva no palco e no relacionamento arrepiam, mas o filme logo deixa claro que corações serão ferozmente partidos.
Para os mortais, as estrelas parecem eternas, embora estejam em constante evolução até sumirem sem que ninguém perceba. E Hollywood é um lembrete dolorido desse fenômeno. Em “Nasce uma Estrela”, vemos esse retrato melancólico se construindo na perspectiva das próprias estrelas, tanto da que nasce quanto da que desaparece.
Bradley Cooper brilha nos dois polos, direção e atuação. Na pele de Jackson, transmite ao espectador todo o carinho e empenho que dedicou ao filme - passou três anos em aulas de canto e meses aprendendo a tocar guitarra e se portar como um músico. Alguns dos maneirismos, inclusive, são fruto de mentorias que o ator teve com Eddie Vedder, vocalista da banda Peral Jam e ícone do grunge.
As cenas musicais que mostram Jackson e Ally no palco foram todas gravadas ao vivo em grandes festivais como Glastonbury (Reino Unido) e Coachella (Estados Unidos). No palco, o ator não fica atrás do talento que Lady Gaga traz com naturalidade (pudera, esse é o seu habitat natural), mas vacila lá e cá quando a dupla canta fora dele.
Ainda sobre performances musicais, essas são, evidentemente, os pontos altos de Lady Gaga e são tudo o que você esperaria de uma estrela: intensas, divertidas, emocionantes. Contudo, a cantora mostra que ainda falta alguns passos até que consiga atingir o grau emocional que lhe foi exigido em muitas cenas de estofo mais dramático. Esse detalhe, vale dizer, não é exatamente grave, já que fica claro que ela tem uma belíssima carreira pela frente no cinema.
Nada disso teria funcionado com a precisão que funciona em “Nasce uma Estrela”, entretanto, se a química entre os dois não fosse surpreendente. E é palpável desde o primeiro momento em que os personagens se encontram, e que é durante uma uma lindíssima performance de “La Vie En Rose” por Lady Gaga logo nos minutos iniciais, e vai até as cenas finais, arrebatadoras.
É visível que os dois artistas estão confortáveis nas áreas que dominam, mas fica a sensação de que o ator foi o mais desafiado em todo o processo. Independentemente disso, o blog aposta que o Oscar 2019 contará com indicações de prêmios para Cooper e Lady Gaga. Arrisca dizer, ainda, que “Shallow”, a belíssima música principal, será a favorita ao prêmio de melhor canção original.