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Nem cachaça nem câncer: Ex-dono da Ypióca vende outro negócio

O empresário cearense Everardo Telles quer vender mais um negócio — num ramo bem diferente.

Telles com o aveloz: empresa que pesquisa a planta foi colocada à venda  (Drawlio Joca/Exame)
Telles com o aveloz: empresa que pesquisa a planta foi colocada à venda (Drawlio Joca/Exame)
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Primeiro Lugar

Publicado em 12 de abril de 2018 às, 05h45.

Última atualização em 26 de março de 2019 às, 20h07.

O empresário cearense Everardo Telles, que vendeu a cachaçaria Ypióca, fundada por seu bisavô, por 930 milhões de reais em 2012, quer vender mais um negócio — num ramo bem diferente. Ele contratou a consultoria suíça Biostart para encontrar interessados na Amazônia Fitomedicamentos, empresa que pesquisa as propriedades da planta aveloz.

Telles investiu 50 milhões de reais na empresa desde 2002 e contratou a universidade americana Johns Hopkins para fazer testes com o princípio ativo extraído da planta. Segundo o empresário, ele ajuda a curar doenças como câncer e aids, mas os testes ainda não comprovaram sua eficácia.

Mesmo assim, Telles pede cerca de 300 milhões de reais pela empresa. Seus outros negócios atualmente incluem uma distribuidora de combustíveis, uma produtora de etanol, fábricas de embalagens plásticas e papelão e uma empresa que envasa água mineral.

Atualização em 17/4:

Segundo Everardo Telles, as pesquisas com a planta aveloz para o tratamento do HIV nos Estados Unidos foram interrompidas porque alguns dos experimentos não foram realizados em laboratórios aceitos pela Food and Drug Administration (FDA), agência federal responsável por regular a venda de medicamentos no mercado americano. Telles informou que os testes pré-clínicos, feitos com macacos, inibiram em 80% a ação do HIV. Alguns dos resultados obtidos foram publicados em revistas científicas internacionais, como a Virology e a AIDS.

 No Brasil, os testes para o tratamento do câncer continuam sendo feitos no Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, e vêm apresentando resultados “satisfatórios”, diz o empresário. Alguns dos resultados estão sendo publicados em revistas científicas internacionais, como a Journal of Clinical Oncology.