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Contra digitais, BC propõe sistema entre caixas eletrônicos concorrentes

Proposta do Banco Central permite que clientes de um banco usem caixas eletrônicos de outro banco

Caixas eletrônicos: o Banco Central quer que máquinas sejam compartilhadas (Alf Ribeiro/Folhapress)
Caixas eletrônicos: o Banco Central quer que máquinas sejam compartilhadas (Alf Ribeiro/Folhapress)
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Primeiro Lugar

Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às, 05h40.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às, 05h40.

Uma proposta recente do Banco Central preocupa o setor bancário. A ideia do BC é desenvolver um sistema de interoperabilidade entre os caixas eletrônicos das instituições financeiras, permitindo que clientes de um banco usem caixas de outro.

A medida pretende fomentar a competição entre os bancos tradicionais e os digitais, que não têm agências nem rede própria de caixas eletrônicos. Mas, segundo a EXAME apurou, a interoperabilidade teria um custo alto, obrigando os clientes a pagar taxas pelas transações.

Com a cobrança, o uso dos caixas pode ser reduzido, inviabilizando a operação em cidades pequenas e em bairros de baixa renda, justamente os locais que mais usam dinheiro em espécie. O Brasil pode, assim, repetir a má experiência britânica. Uma medida parecida fez cair o número de caixas eletrônicos no Reino Unido. Cerca de 9.000 foram fechados nos últimos dois anos.

No ano passado, os britânicos pagaram 104 milhões de libras esterlinas em tarifas para realizar retiradas, aumento de 258% em relação a 2018. Em fevereiro, uma consulta pública aberta em dezembro pelo Banco Central do Brasil para discutir a regulamentação dos caixas eletrônicos foi encerrada com quase 1.300 contribuições. Muitos dizem ser a favor da interoperabilidade, desde que determinado número de saques continue gratuito.