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O seu patrimônio está alocado da forma ideal para você?

O foco é em uma única parcela do patrimônio (a líquida), e a análise geralmente se limita a um horizonte de curto prazo

(M2K7/Thinkstock)
AM

André Martins

Publicado em 3 de maio de 2021 às 13h44.

Quando falamos de investimentos e alocações para as famílias, é comum a conversa se resumir a gráficos detalhados das alocações dos ativos líquidos (financeiros), com os mais variados cálculos de performance e benchmarks.

O foco é em uma única parcela do patrimônio (a líquida), e a análise geralmente se limita a um horizonte de curto prazo. Essa abordagem acaba enviesando o investidor analisar seu resultado e patrimônio de uma forma incorreta; as análises e discussões focam muito em “como posso aumentar minha rentabilidade?”, quando o mais saudável para as famílias deveria ser “como eu posso aumentar as chances de atingir o meu objetivo?”.

Daí surgem dois pontos que devem ser discutidos de uma forma mais aprofundada quando falamos do patrimônio familiar:

  1. Além de várias particularidades como idade, profissão, estrutura familiar e ambições, muitas famílias possuem outros bens além dos ativos financeiros, esses ativos devem ser levados em consideração na estruturação de uma carteira global. Tratar os ativos financeiros e os não financeiros de forma independente pode levar a uma carteira desequilibrada ou com uma liquidez inadequada;
  2. O patrimônio é um meio para atingir um objetivo, e focar apenas em aumentar a rentabilidade é algo que pode levar às decisões incorretas, elevando assim o nível de risco da carteira como um todo ao colocar em perigo a possibilidade de atingir o objetivo que seria alcançado de qualquer forma sem a necessidade de aumento de rentabilidade.

Começando pelo item um, olhar para a família e seus ativos de uma forma completa é fundamental.  Após levantamento de todo o patrimônio e das particularidades do indivíduo ou família, como a profissão e o setor de atuação, previsibilidade de renda e quantidade de dependentes é possível caminhar para a segunda etapa.

Quais são os ativos não financeiros que o indivíduo possui? Dentro de seu patrimônio há uma alta exposição a imóveis ou ao agronegócio? Se possui uma empresa, quanto do patrimônio essa empresa representa e qual o setor onde ela atua?

Além destas perguntas ajudarem a definir a necessidade de liquidez desse indivíduo por qualquer particularidade destes bens, torna possível a elaboração de um exercício que simula o comportamento destes ativos não financeiros e o quanto eles são influenciados pelos fatores que influenciam os ativos financeiros. Fica muito mais claro após essa análise quais são as possíveis sobreposições de risco que se deseja evitar ao olhar o patrimônio financeiro e não financeiro em conjunto, afinal, mais importante que definir os melhores investimentos, é definir o melhor quebra cabeça de classe de ativos dentro das particularidades daquela família ou indivíduo.

Além da questão citada acima, temos outro ponto que precisa ser mais discutido e trabalhado com os novos investidores que estão chegando.

A grande questão não deve ser “o que fazer para aumentar minha rentabilidade?” e sim “estou no caminho certo para atingir meu objetivo?”. O patrimônio é um meio para você atingir e conquistar o que deseja, e muitas vezes a sua carteira já está estruturada de uma forma que as chances de você atingir os seus objetivos no prazo que você deseja são bem altas e não há necessidade de assumir mais risco para chegar lá.

Aqueles que não analisam desta forma acabam, muitas vezes, assumindo um risco maior para trazer um incremento de retorno para o patrimônio que não seria necessário para atingir o objetivo, colocando em xeque tudo o que foi construído até ali.

Em suma, é fundamental entender e conhecer o patrimônio total, situação financeira, profissional e familiar do indivíduo ou família antes de iniciar qualquer análise, somente após esse entendimento é possível evoluir para o campo dos objetivos, para que assim a carteira (global) mais adequada e personalizada seja desenhada, levando em conta as vontades e restrições de cada um.

Augusto Santiago Gratão Gomide é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás, possui as certificações CGA e CFP® e é sócio da IBBRA Full Family Office, empresa que surgiu com o intuito de se tornar o braço direito de seus clientes no relacionamento com seu patrimônio, ajudando as famílias a tomarem as melhores decisões financeiras visando a construção e manutenção de um legado para as próximas gerações.

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Quando falamos de investimentos e alocações para as famílias, é comum a conversa se resumir a gráficos detalhados das alocações dos ativos líquidos (financeiros), com os mais variados cálculos de performance e benchmarks.

O foco é em uma única parcela do patrimônio (a líquida), e a análise geralmente se limita a um horizonte de curto prazo. Essa abordagem acaba enviesando o investidor analisar seu resultado e patrimônio de uma forma incorreta; as análises e discussões focam muito em “como posso aumentar minha rentabilidade?”, quando o mais saudável para as famílias deveria ser “como eu posso aumentar as chances de atingir o meu objetivo?”.

Daí surgem dois pontos que devem ser discutidos de uma forma mais aprofundada quando falamos do patrimônio familiar:

  1. Além de várias particularidades como idade, profissão, estrutura familiar e ambições, muitas famílias possuem outros bens além dos ativos financeiros, esses ativos devem ser levados em consideração na estruturação de uma carteira global. Tratar os ativos financeiros e os não financeiros de forma independente pode levar a uma carteira desequilibrada ou com uma liquidez inadequada;
  2. O patrimônio é um meio para atingir um objetivo, e focar apenas em aumentar a rentabilidade é algo que pode levar às decisões incorretas, elevando assim o nível de risco da carteira como um todo ao colocar em perigo a possibilidade de atingir o objetivo que seria alcançado de qualquer forma sem a necessidade de aumento de rentabilidade.

Começando pelo item um, olhar para a família e seus ativos de uma forma completa é fundamental.  Após levantamento de todo o patrimônio e das particularidades do indivíduo ou família, como a profissão e o setor de atuação, previsibilidade de renda e quantidade de dependentes é possível caminhar para a segunda etapa.

Quais são os ativos não financeiros que o indivíduo possui? Dentro de seu patrimônio há uma alta exposição a imóveis ou ao agronegócio? Se possui uma empresa, quanto do patrimônio essa empresa representa e qual o setor onde ela atua?

Além destas perguntas ajudarem a definir a necessidade de liquidez desse indivíduo por qualquer particularidade destes bens, torna possível a elaboração de um exercício que simula o comportamento destes ativos não financeiros e o quanto eles são influenciados pelos fatores que influenciam os ativos financeiros. Fica muito mais claro após essa análise quais são as possíveis sobreposições de risco que se deseja evitar ao olhar o patrimônio financeiro e não financeiro em conjunto, afinal, mais importante que definir os melhores investimentos, é definir o melhor quebra cabeça de classe de ativos dentro das particularidades daquela família ou indivíduo.

Além da questão citada acima, temos outro ponto que precisa ser mais discutido e trabalhado com os novos investidores que estão chegando.

A grande questão não deve ser “o que fazer para aumentar minha rentabilidade?” e sim “estou no caminho certo para atingir meu objetivo?”. O patrimônio é um meio para você atingir e conquistar o que deseja, e muitas vezes a sua carteira já está estruturada de uma forma que as chances de você atingir os seus objetivos no prazo que você deseja são bem altas e não há necessidade de assumir mais risco para chegar lá.

Aqueles que não analisam desta forma acabam, muitas vezes, assumindo um risco maior para trazer um incremento de retorno para o patrimônio que não seria necessário para atingir o objetivo, colocando em xeque tudo o que foi construído até ali.

Em suma, é fundamental entender e conhecer o patrimônio total, situação financeira, profissional e familiar do indivíduo ou família antes de iniciar qualquer análise, somente após esse entendimento é possível evoluir para o campo dos objetivos, para que assim a carteira (global) mais adequada e personalizada seja desenhada, levando em conta as vontades e restrições de cada um.

Augusto Santiago Gratão Gomide é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás, possui as certificações CGA e CFP® e é sócio da IBBRA Full Family Office, empresa que surgiu com o intuito de se tornar o braço direito de seus clientes no relacionamento com seu patrimônio, ajudando as famílias a tomarem as melhores decisões financeiras visando a construção e manutenção de um legado para as próximas gerações.

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