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Destravando o crescimento: Private Equity como alternativa à dívida

Empresários costumam recorrer à dívida como primeira fonte de financiamento, mas fundos de Private Equity surgem como alternativa para captação de recurso

Fundos de investimento em equity (Private Equity) mostram-se como uma alternativa com vantagens e oportunidades importantes (Getty/Getty Images)
Fundos de investimento em equity (Private Equity) mostram-se como uma alternativa com vantagens e oportunidades importantes (Getty/Getty Images)

Por Luiz Guimarães* 

No cenário de negócios, muitas empresas demandam capital para financiar o crescimento, expandir operações ou desenvolver iniciativas estratégicas. Tradicionalmente, empresários recorrem à dívida como primeira fonte de financiamento. Com o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro, os fundos de investimento em equity (Private Equity) mostram-se como uma alternativa com vantagens e oportunidades importantes. Nosso objetivo é explorar melhor o conceito de captação com fundos de investimento como uma alternativa à captação de crédito de forma geral. 

Os Fundos de Private Equity alocam capital em empresas privadas de diferentes perfis, inclusive empresas familiares. Diferente do crédito, que envolve o repagamento do capital levantado em um prazo específico e com juros, o investimento de equity leva, em contrapartida, ao capital investido, uma participação societária na companhia. O capital desse fundo vem de investidores privados ou institucionais para investimento em negócios sólidos e com boas perspectivas de crescimento. 

Vantagens do levantamento de capital em Fundos de Private Equity: 

  1. Não aumenta a alavancagem da companhia: os fundos fornecem acesso a capital livre de garantias e pagamento de juros. Isso pode ser benéfico em cenários, como o atual, de redução no volume de concessão de crédito por parte dos bancos e alta da taxa de juros. 
  2. Visão de longo prazo: diferentemente dos bancos, que focam, principalmente, no recebimento de juros e no repagamento do capital, os fundos têm tipicamente uma visão mais de longo prazo. Isso significa que estão mais comprometidos com o crescimento e o sucesso do negócio e, muitas vezes, trabalham em conjunto com o empresário para destravar valor e maximizar o retorno. 
  3. Flexibilidade: a estrutura dos investimentos dos fundos pode ser customizada conforme as necessidades do empresário. O capital pode ser usado em diferentes frentes do negócio, como, por exemplo, abertura de uma nova unidade produtiva, internacionalização, aquisições, ampliação da estrutura comercial e, eventualmente, até aporte de capital no “bolso” dos sócios para diluição de risco da pessoa física. 
  4. Suporte operacional e de governança: os fundos geralmente trazem experiência operacional e de acompanhamento de negócios. Isso vai além de aspectos financeiros, como orçamento e KPIs. Eles também apoiam na estratégia de crescimento do negócio, na estruturação de governança corporativa e no networking. 

Atualmente, no mercado brasileiro, existem diversos perfis de Fundos de Private Equity, nacionais e internacionais, incluindo fundos com experiências setoriais específicas (agronegócio, indústria, tecnologia, varejo, etc.). Somente em 2022, esses fundos investiram mais de R$15 bilhões em empresas brasileiras.  

Ao se associar a um fundo, o empresário pode obter diversos benefícios, visando maximizar a geração de valor futura. Como exemplo, a maioria das empresas que realizaram abertura de capital nos últimos 10 anos tinha um fundo de investimento como sócio, que apoiou a companhia, dentre outras coisas, no processo de crescimento e governança. 

No entanto, por se tratar de uma estrutura muitas vezes complexa, pontos importantes devem ser considerados, como diluição acionária, estratégia de saída, acordo de acionistas e, principalmente, alinhamento de interesses entre as partes. De forma geral, esse tipo de investimento pode ser um importante catalisador para acelerar o crescimento de empresas. 

*Luiz Guimarães - Sócio Portofino MFO M&A (Fusões e Aquisições), com experiência de 12 anos na área e passagens na Cypress e Imeri Capital. Luiz é bacharel em Administração e Ciências Contábeis pelo IBMEC, com extensão em Private Equity e Venture Capital pela IE Business School - Madrid.