Incêndio na fábrica pode ser uma oportunidade?
Fatalidade fez Vitra criar pólo turístico.
Publicado em 14 de junho de 2018 às, 13h36.
Última atualização em 14 de junho de 2018 às, 19h49.
Nos anos 80, a fábrica alemã da Vitra, conceituada grife de móveis de design, sofreu um grave incêndio que a destruiu praticamente inteira.
Ao invés de somente reconstruir o lugar, o presidente Rolf Fehlbaum pensou: “Por que não aproveitar e levar o DNA da empresa, o design, para a arquitetura também?”
Ele convidou então alguns dos mais promissores arquitetos internacionais para projetar os novos edifícios. Nomes como Frank Gehry, Zaha Hadid, Tadao Ando, Nicholas Grimshaw, entre outros. O resultado foi muito além de uma simples fábrica; mas um verdadeiro pólo turístico capaz de atrair gente do mundo inteiro.
As 16 construções tornaram-se um inovador parque arquitetônico capaz de atrair amantes do design de todo o mundo. Anualmente, cerca de 360 mil pessoas visitam o Vitra Campus. Para efeito de comparação, é quase o mesmo número de visitantes do MASP.
Não é inacreditável? Um espaço corporativo, exibindo apenas produtos da marca, recebendo quase a mesma visitação que o mais famoso museu brasileiro?
Pense na poderosa publicidade gratuita (na verdade, remunerada: o passeio custa 18 euros), sem dispersão (público de apurado senso estético) e no aumento de fãs continuamente.
O Campus Vitra é uma ótimo exemplo de oportunidade disfarçada nas fatalidades. Então, lembre-se: em caso de incêndio, chame os bombeiros, e as boas ideias.