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Você viveria sem regras ?!

Reclamamos muito a respeito da quantidade de regras que nos cercam, mas será que já estamos preparados pra viver sem elas??

(Toa Heftiba/Site Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2012 às 03h18.

Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 11h21.

Você está farto de tantas regras ao seu redor?? No trabalho, condomínio, clube, na sua cidade ?? As vezes você tem a sensação que as regras só existem pra te limitar ?! Pois é, eu sempre fui a primeira a reclamar, mas ultimamente venho pensando no outro lado da moeda …

Quanto mais viajamos por aí e observamos modelos sócio-culturais distintos mais chego à conclusão que uma boa porção de regras pode ser bastante saudável para o convívio social !!

Outro dia num grande aeroporto do oriente médio flagramos uma situação que mostra como agimos quando as regras inexistem: numa área específica o tal aeroporto gentilmente cedia cadeiras com o encosto reclinado para que passageiros em longos trânsitos pudessem descansar, para a nossa surpresa vimos que os passageiros pensando apenas em seus umbigos juntaram 2 cadeiras formando camas para seu próprio deleite e conforto, sendo assim o espaço passou a favorecer a metade dos passageiros. Vimos muita gente transitando no espaço em busca que uma boa alma que pudesse ceder o que lhes era de direito, mas ao contrário do que deveria ser feito, muita gente chegava a fingir que estava dormindo para não ter que doar a metade de seu belo “leito”. Alguns acabaram se acomodando no chão mesmo pois as cadeiras estavam todas “tomadas”!! Esse tipo de “folga” nunca aconteceria se no espaço houvesse um informativo com uma regra clara determinando o uso de 1 cadeira por passageiro. Umbigos à parte, o ser humano é mesmo fominha, sem querer generalizar até porque diversas raças estavam presentes nessa malevolência coletiva.

Se a gente parar pra pensar, sem regras nosso dia a dia seria um caos!! Elas ajudam a controlar o trânsito coibindo os apressadinhos de plantão, a ordenar filas nos estabelecimentos evitando os fura-fila, disciplinam alunos nas escolas, diminuem a violência e até nos rodízios de alimentos as regras ajudam a acabar com o desperdício quando o mesmo é submetido à multa.

Usando mais exemplos, na nossa passagem  por Cingapura, um dos países com a melhor qualidade de vida ao redor do mundo,, aprendemos muito à respeito do coletivo. O governo buscou nas inúmeras regras de convivência uma maneira de organizar o que seria um caos. Acomodando grupos de várias partes do mundo como indianos, chineses, malaios, árabes, europeus, etc … grupos com culturas totalmente diversas, a cidade poderia ser um banzé, mas ao contrário, Cingapura é uma pérola no meio da Ásia: extremamente limpa, linda, moderna e eficiente. O governo resolveu disciplinar os múltiplos guetos através de inúmeras regras aparentemente excessivas, mas foi assim que a coisa realmente funcionou!! Jogar lixo nas ruas, cuspir no chão, pichar muros, urinar nas vias públicas e fumar em pontos de ônibus, por exemplo, são ações que podem ser punidas com multas pesadas!! E a cidade realmente é um brinco e motivo de orgulho pra seus habitantes. Abrindo um parênteses, comprovamos o quanto as regras funcionam “mesmo” no bairro Little India, conhecido pela grande concentração de indianos, povo que em sua terra natal não preza pela limpeza do meio em que vive, fato que comprovamos em nossa passagem pelo país. E pra nossa agradável surpresa … nada de sujeira!! Deu pra ver o quanto o meio pode influenciar positivamente os hábitos dos seres humanos, basta balizar as ações e corrigir os vícios.

Se você é um bom samaritano e consegue viver sem regras e controles, pense que talvez outras pessoas ou até o seu próprio vizinho de baia ou de casa podem não ser assim é tão evoluídos. Muita gente ainda age pensando primeiro em seus interesses e depois no coletivo. Então melhor que reclamar pelo excesso das regras que nos rodeiam é refletir em como podemos melhorar nossa conduta no meio social e domar por vezes nosso ego que aponta para atitudes individualistas, as quais todos nós somos passíveis.

Adoraria que a utopia da sociedade perfeita e sem regras pudesse ser um modus vivendi, mas por hora ainda é sonho utópico. A evolução humana infelizmente ainda não nos permite sermos guiados apenas por nossa ética e consciência, essa é uma liberdade que nosso ego ainda não nos permite experimentar. Quem sabe um dia num futuro sem data certa possamos coexistir sem tantos limites criados para conter a nossa ânsia de abraçar vantagens sobre nossos semelhantes.

Por Luah Galvão

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Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
Descubra mais sobre o projeto: www.walkandtalk.com.br. Conheça também a página no Facebook.

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Se a gente parar pra pensar, sem regras nosso dia a dia seria um caos!! Elas ajudam a controlar o trânsito coibindo os apressadinhos de plantão, a ordenar filas nos estabelecimentos evitando os fura-fila, disciplinam alunos nas escolas, diminuem a violência e até nos rodízios de alimentos as regras ajudam a acabar com o desperdício quando o mesmo é submetido à multa.

Usando mais exemplos, na nossa passagem  por Cingapura, um dos países com a melhor qualidade de vida ao redor do mundo,, aprendemos muito à respeito do coletivo. O governo buscou nas inúmeras regras de convivência uma maneira de organizar o que seria um caos. Acomodando grupos de várias partes do mundo como indianos, chineses, malaios, árabes, europeus, etc … grupos com culturas totalmente diversas, a cidade poderia ser um banzé, mas ao contrário, Cingapura é uma pérola no meio da Ásia: extremamente limpa, linda, moderna e eficiente. O governo resolveu disciplinar os múltiplos guetos através de inúmeras regras aparentemente excessivas, mas foi assim que a coisa realmente funcionou!! Jogar lixo nas ruas, cuspir no chão, pichar muros, urinar nas vias públicas e fumar em pontos de ônibus, por exemplo, são ações que podem ser punidas com multas pesadas!! E a cidade realmente é um brinco e motivo de orgulho pra seus habitantes. Abrindo um parênteses, comprovamos o quanto as regras funcionam “mesmo” no bairro Little India, conhecido pela grande concentração de indianos, povo que em sua terra natal não preza pela limpeza do meio em que vive, fato que comprovamos em nossa passagem pelo país. E pra nossa agradável surpresa … nada de sujeira!! Deu pra ver o quanto o meio pode influenciar positivamente os hábitos dos seres humanos, basta balizar as ações e corrigir os vícios.

Se você é um bom samaritano e consegue viver sem regras e controles, pense que talvez outras pessoas ou até o seu próprio vizinho de baia ou de casa podem não ser assim é tão evoluídos. Muita gente ainda age pensando primeiro em seus interesses e depois no coletivo. Então melhor que reclamar pelo excesso das regras que nos rodeiam é refletir em como podemos melhorar nossa conduta no meio social e domar por vezes nosso ego que aponta para atitudes individualistas, as quais todos nós somos passíveis.

Adoraria que a utopia da sociedade perfeita e sem regras pudesse ser um modus vivendi, mas por hora ainda é sonho utópico. A evolução humana infelizmente ainda não nos permite sermos guiados apenas por nossa ética e consciência, essa é uma liberdade que nosso ego ainda não nos permite experimentar. Quem sabe um dia num futuro sem data certa possamos coexistir sem tantos limites criados para conter a nossa ânsia de abraçar vantagens sobre nossos semelhantes.

Por Luah Galvão

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Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
Descubra mais sobre o projeto: www.walkandtalk.com.br. Conheça também a página no Facebook.

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