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Síndrome dos que “acham” que tem certeza absoluta

Esses dias vi uma cena de dois homens conversando quando no meio do papo um deles disse ter: 99,9% de certeza sobre o assunto que estavam discutindo.

 (Rawpixel/Site Exame)
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Publicado em 5 de setembro de 2012 às, 21h40.

Última atualização em 18 de novembro de 2017 às, 20h17.

Esses dias vi uma cena de dois homens conversando quando no meio do papo um deles disse ter: 99,9% de certeza sobre o assunto que estavam discutindo. E bem descaradamente o outro falou: – Então você NÃO tem certeza!

Isso serve pra ilustrar o quanto ter uma mínima porcentagem de dúvida pode nos distanciar de uma afirmação. É tipo mega sena, não dá pra “quase” acertar os números e querer o prêmio total.

Tem um montão de gente que faz aquela teoria complexa, profundamente baseada em verdades, fatos consistentes e aí solta um “Ou não!” bem no final do discurso… mas que pena! Perde toda a credibilidade do que havia dito em duas palavrinhas. Isso foi muito comum quando passamos por Portugal, não sei porque em geral os portugueses tem o costume de considerar vários pontos de vista sobre qualquer assunto, ou seja, nunca existe uma só reposta para nada, pois eles consideram aquele 0,01% de chance de estarem dando um dado ou informação inexata. Essa postura é curiosa pois isso os resguarda de serem acusados de qualquer coisa, pois já avisaram previamente não ter 100% de certeza na sua própria opinião.

Concordo que para tudo que existe no universo há mais do que um ponto de vista, mas em certos momentos é necessário nos posicionarmos e aí não dá pra dar 99% de certeza no ponto de vista. É provável que outra pessoa tenha um ponto de vista distinto mas você não tem que desistir do que pensa só por considerar a possibilidade de existir outra opinião.

O fato é que existe algum dispositivo na nossa mente que pode nos impedir de tomar decisões corretas se não estivermos completamente certos do que queremos. Não adianta titubear quando se está prestes a saltar de um lado para outro quando há um precipício bem no meio. Se não tiver 100% de certeza que vai conseguir é melhor nem saltar. Estou falando aqui de acreditar completamente no que podemos fazer, aceitar desafios com a plena convicção de que poderemos cumpri-los e assim pôr em prática todos os nossos potenciais.

Não dá pra viver com a síndrome do “acho” que tenho certeza, essa síndrome está cada dia mais comum e resolvendo menos coisas, essa é a síndrome do jeitinho brasileiro que não afirma pra não se comprometer. O negócio é afirmar, pois quem receia muito acaba não fazendo.

Por Danilo España

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Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
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